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Conforto acústico é a nova tendência no Brasil

04 mai 2017 às 15:24

Grandes cidades, construções, geradores, elevadores, ar condicionados, é até difícil enumerar tudo que causa ruído e pode interferir na nossa qualidade de vida, sem que notemos. "A acústica é negligenciada no Brasil", afirma Maurício Cohab, diretor da Trisoft, maior fabricante de produtos feitos com fibra de garrafas PET da América Latina. "Do zum zum zum em restaurantes à dificuldade de ouvir o professor em sala de aula, por exemplo, quase todo ambiente com muitas pessoas prescinde de um tratamento acústico adequado, é uma questão de qualidade de vida", garante Maurício.

Segundo o diretor é importante pensar na necessidade do tratamento acústico nas construções que participa constantemente de projetos de cunho educacional, ambiental e tudo que possa incentivar a discussão do assunto e a mudança de práticas no mercado imobiliário e de decoração.


Um dos mais recentes rendeu a Débora Barretto, arquiteta especializada em Acústica, sócia e diretora da Divisão da Acústica da Audium, o prêmio Professor Modelo Kroton, pelas propostas definidas e já colocadas em práticas na UNIME Lauro de Freitas, como a dos alunos Alejandra Kirwood e Andre Fraga.


Segundo Débora o tratamento acústico em sala de aula promove boa compreensão da fala, maior atenção e fixação do conteúdo, aula mais tranquila e produtiva, aumento da criatividade, estímulo ao trabalho em equipe, um ambiente saudável para alunos e professores e menos afastamento por doenças, entre outros.


Ela explica que, com o projeto, foi atingido aumento de mais de 150% de concentração dos alunos em aula. "O trabalho que coordeno na UNIME é importante, sobretudo, porque os alunos desenvolvem na prática um projeto acústico e o semestralmente escolhido é colocado em prática. Ou seja, todas as etapas do processo são observadas, inclusive a posterior ao projeto, quando realmente é possível sentir e comprovar a melhoria na qualidade de vida dos usuários do ambiente", ressalta Débora.


Alejandra Kirkwood, uma das alunas responsáveis pelo projeto que utilizou os materiais da empresa, explica o processo: "desde que vimos fotos das nuvens acústicas, o desejo por aquela estética prevaleceu. As etapas incluíram volumetria, cálculos para saber a quantidade de painéis necessários para atender ao conforto acústico da sala de aula e o tipo de imagem que poderia ser estampada nas nuvens de uma forma tal que não prejudicasse a atenção e rendimento dos alunos".


Isso porque produtos acústicos permitem ser estampado em ambos os lados. No caso do projeto, foi escolhido o produto na cor cinza para maior acomodação também visual na sala de aula. Alejandra conta: "trabalhar com as nuvens em níveis distintos foi uma maneira que encontrei para trazer ritmo à uma sala de aula tão monótona, mantendo a tonalidade de cinza escuro mais alta para aparentar maior profundidade no pé direito da sala".

Para Maurício Cohab, participar desse tipo de iniciativa incentiva ainda mais a importância do conforto acústico: "só assim, na prática e mostrando os benefícios, faremos com que o assunto deixe de ser considerado como supérfluo e meramente coadjuvante, e se torne parte integrante de todo projeto arquitetônico e decorativo", enfatiza o empresário.


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