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Parece, mas não é!

Maioria das marcas de porcelanato não cumpre requisitos técnicos

Redação Bonde
22 set 2014 às 09:56

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- Reprodução
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Um estudo encomendado pela Associação de Fabricantes de Cerâmicas, sobre o porcelanato nacional, revelou que a grande maioria das empresas brasileiras não cumpre as normas técnicas necessárias para que o revestimento seja considerado porcelanato.

O Brasil é hoje o segundo maior produtor e consumidor de revestimentos cerâmicos do mundo, perdendo apenas para a China. Graças a importância deste mercado, foi criada em 1984 a Associação Nacional dos Fabricantes de Cerâmica para Revestimentos, Louças Sanitárias e Congêneres (Anfacer), que hoje abrange 94 empresas. A Anfacer, por sua vez, criou em 1993 o Centro Cerâmico do Brasil (CCB), com o objetivo de desenvolver e implantar normas técnicas, certificar a qualidade dos produtos cerâmicos e atuar como uma entidade tecnológica do setor.

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Durante 2013, a associação solicitou ao CCB um estudo sobre os fabricantes de porcelanato brasileiros. Produtos das empresas foram analisados e o resultado foi que, dos mais de 15 fabricantes, só uma pequena parte produz o autêntico porcelanato. Com base nos requisitos técnicos, somente podem ser consideradas porcelanato as peças que possuem absorção menor que 0,5% de moléculas de água. Os produtos da maioria das empresas possuem taxa de absorção muito acima deste nível. Ou seja, materiais argilosos, com baixa resistência e qualidade inferior.

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Este estudo realizado no final do ano passado é confidencial e os fabricantes só receberam o resultado técnico de seus próprios produtos. Ninguém teve acesso ao relatório completo que mostra quais de fato cumprem e quais não. A Anfacer não fez público este estudo.

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A ideia de criar um selo de autenticação para o porcelanato, como já existe em outros países, foi sugerida na associação, mas ainda está em discussão.


Diferenças

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O porcelanato é um revestimento cerâmico que combina porcelana e minerais. Ele foi criado na década de 80 pelos italianos e trazido para o Brasil no início da década de 90. Diferente da cerâmica, o porcelanato é um produto com alta resistência mecânica, rígido e compacto, e necessita de matéria-prima e equipamentos de ponta para ser produzido. É um revestimento mais refinado, que se dilata menos, acumula menos sujeira, é menos suscetível à riscos e manchas e, portanto, mais difícil e custoso de se produzir.


O porcelanato brasileiro é exportado para vários mercados do mundo e as consequências da venda de um produto em descumprimento das normas técnicas internacionais podem prejudicar a imagem do Brasil como exportador de cerâmica. Diferente da Itália, que criou faz anos uma verdadeira marca "made in Italy", que é sinônimo de qualidade, o Brasil está dando os primeiros passos neste sentido, e exportadores estão preocupados com o impacto negativo que estas práticas podem trazer.

Por outro lado, nos Estados Unidos são comuns as "class actions", ações nas quais consumidores em massa, lesados por fabricantes ou varejistas, ou por um setor, iniciam uma ação legal massiva para ser compensados pela propaganda enganosa ou a venda de produtos fora de norma.


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