Começar a construção de uma residência do zero não é fácil. Além da localização adequada, é preciso acertar a mão no que se refere à dimensão e estrutura da casa, incluindo instalações hidráulicas e elétricas, de acordo com as necessidades dos futuros moradores. Sem citar a escolha correta dos pisos, iluminação, móveis, revestimentos, decoração e pintura, elementos essenciais à obra.
Neste sentido, a assessoria de um arquiteto pode fazer toda a diferença para o sucesso final do projeto, além de evitar prejuízos e dores de cabeça. Ele é quem dará o norte para os proprietários na escolha de cada item da construção: este ou aquele revestimento? Ambientes integrados ou separados? Que tamanho deve ser o quarto? Quantas tomadas devo ter na cozinha?
Sua função é aliar o gosto do morador a suas reais necessidades. Nem sempre o que o cliente quer é o que ele precisa. Portanto, o arquiteto tem de ouvir e entender a família que viverá na residência. Mais do que isso, tem que orientar e criar mecanismos para aliar, no projeto, fatores estéticos, funcionais e econômicos, com aproveitamento ideal dos espaços e viabilização da estrutura. "Primeiramente, temos de saber quanto o cliente quer investir na obra. Depois, apresentamos as ferramentas e melhores sugestões de materiais, mão de obra e demais elementos da construção, passando pela dimensão total da casa e seus ambientes", explica o arquiteto Rafael de Aquino.
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Segundo o arquiteto, o montante a ser investido na residência é que dará o norte para o projeto da casa, nas dimensões ideias e de acordo com as demandas dos futuros moradores. "O importante é não dar o passo maior que a perna, ou seja, ter os pés no chão e construir dentro do orçamento disponível. Isto, naturalmente, evitará uma série de transtornos futuros, como uma possível interrupção das obras ou gastos excessivos", orienta. "É planejar corretamente, para não haver arrependimentos depois", pontua Aquino.
Perfil da família
No que tange aos ambientes da casa e suas dimensões, é importante que o arquiteto conheça o perfil dos moradores. Se a família tem forte vocação para receber, por que não investir em uma cozinha integrada à área gourmet? O ambiente, além de funcional, é um agradável convite à convivência e boas-vindas. "Tudo depende do cotidiano dos moradores e seus costumes. Se recebem, com frequência, amigos e familiares, é interessante construir uma ampla área de lazer, de preferência com cozinha e ambiente gourmet integrados", diz o arquiteto. "Se for uma família com muitos filhos, por exemplo, é essencial que existam de dois a três dormitórios na casa. Isso tudo, claro, em sintonia com as condições financeiras dos moradores."
Da escolha do terreno ao mobiliário
A atuação do arquiteto passa por todas as etapas da obra, da escolha do terreno aos móveis que vão decorar os ambientes. Tendo uma visão ampla do projeto, o profissional tem condições de conduzir a família às decisões mais acertadas. "A vantagem é que o arquiteto, com todo seu conhecimento técnico e de causa, tem uma visão antecipada de cada ambiente, evitando prejuízos e reformulações. Com o planejamento adequado, os moradores se beneficiam na utilização de materiais corretos, consumo controlado e ambiente bem aproveitado. O resultado final é o conforto, a praticidade e menor custo da obra", destaca Aquino, que ainda esclarece alguns mitos. "O arquiteto não impõe sua vontade, mas indica ao cliente o caminho ideal e as escolhas mais acertadas para a satisfação total, ao final da obra", diz.
O profissional de arquitetura também exerce papel importante no cumprimento dos prazos. Acertando nos materiais necessários e nas dimensões, encurtará o período de obras e fará com que os moradores recebam a casa pronta dentro do prazo. "Assim, economizarão, também, na mão de obra especializada, além de ocupar a residência quando planejado."
Satisfação comprovada
A diretora pedagógica Patrícia de Medeiros Seabra Fogaça, 35 anos, recorreu ao escritório Rafael de Aquino Arquitetura para construir sua casa, em Pilar do Sul, interior de São Paulo. Patrícia confirma a importância de uma assessoria profissional para a realização das obras. "Nunca havia investido em um imóvel, mas, agora que surgiu a oportunidade optei por construir com o auxílio de um escritório especializado. Além de contar com um trabalho eficiente, reduzi custos, planejei uma casa funcional e espaçosa e evitei gastos desnecessários com desperdício de material e mão de obra", conta.
Patrícia explica que a consultoria do escritório de arquitetura foi importante, não somente nas questões estruturais, acompanhando periodicamente as obras, mas também nos trâmites fiscais e burocráticos. "O escritório me assessorou sobre toda a documentação e os trâmites legais que envolvem a construção. Auxiliou-me, ainda, na contratação correta de profissionais competentes".
Como juntar dinheiro para construir?
Além do auxílio do arquiteto para o momento de construir, é importante que a família realize um planejamento financeiro da obra, calculando o quanto pretende gastar e durante quanto tempo. Há quem já tenha uma boa quantia disponível para investir. Mas, também há, por outro lado, quem necessite criar um fundo para tanto. Adilson Bonvino, especializado em planejamento financeiro e estratégico, recomenda que seja feita uma análise criteriosa das reais condições econômicas da família, incluindo: o quanto se pretende investir, o quanto se pode investir e o quanto será necessário guardar para construir a residência. Isto tudo para evitar a paralisação da obra ou o endividamento dos futuros moradores.
"Pés no chão são importantes neste momento. A família tem de estar muito ciente do seu potencial de investimento, para não se endividar depois e terminar a obra."
Adilson recorda que, antes de qualquer decisão, é preciso fazer um planejamento familiar: quantas pessoas vão morar na casa? Quantos filhos o casal pretende ter? A família quer viver durante quanto tempo lá? "Tendo estas informações claras em mente, é possível, em parceria com o arquiteto e o engenheiro, projetar uma residência adequada, que atenderá todas as necessidades da família. Isto evitará que os moradores gastem com reformas drásticas, posteriormente (mais quartos, quintal maior e etc.), o que acarretaria desperdício e prejuízo", explica.
Importante recordar, ainda, que, além dos gastos com material e mão de obra, é preciso reservar uma porcentagem para a regularização fiscal do imóvel, que corresponde a cerca de 3% do investimento total na obra. "Não se pode esquecer que toda residência tem de estar devidamente registrada e documentada junto à prefeitura. Isto evitará transtornos mais tarde."
Baseado em três faixas de investimento (R$ 325 mil, R$ 580 mil e R$ 1.225.000), o especialista indica a melhor forma de economizar e garantir a construção da casa dos sonhos, em um período de 10 anos. Ele alerta, contudo, para a importância de se analisar as diferentes carteiras de investimento, cada qual com suas condições reais de juros. Quanto mais arrojado for o investimento, maior o retorno, em um menor espaço de tempo, porém, mais arriscado.
Veja os exemplos, abaixo, considerando o rendimento da poupança (mais conservador):
Investimento na construção: R$ 325 mil
Quanto se deve poupar: R$ 1.984, ao mês
Período: 10 anos
Taxa de juros: 0,5% ao mês (porcentagem atual)
Investimento na construção: R$ 580 mil
Quanto se deve poupar: R$ 3.540, ao mês
Período: 10 anos
Taxa de juros: 0,5% ao mês
Investimento na construção: R$ 1.225.000
Quanto se deve poupar: R$ 7.476, ao mês
Período: 10 anos
Taxa de juros: 0,5% ao mês