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CARDIOLOGIA:

29 jul 2005 às 11:00

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Cardiologista, especialista em Clínica Médica e diretor clínico do Instituto Lyon de Curitiba, o médico Antonio Augusto de Arruda Silveira Jr. faz um alerta: a cardiologia atual passa por um sério período de conflitos.

Segundo ele, nos dias atuais, os métodos diagnósticos não invasivos de alta tecnologia estão cada vez mais precisos, atingindo resultados em pacientes sem sintomas cardíacos, mesmo naqueles que apresentam eletrocardiograma e teste ergométrico – exames considerados como de rotina – ainda dentro da normalidade.

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"Na realidade", diz. "Podem ser exames ‘falsamente normais’, pois exames de maior precisão, como a cintilografia miocárdica, a angiotomografia de coronárias e a ressonância magnética cardíaca, nos têm surpreendido com doenças coronarianas graves em pacientes de alto risco, mesmo com aqueles exames de rotina normais e, em muitos casos, em pacientes sem sintomas ou com sintomas atípicos, o que dificulta o diagnóstico".

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Silveira Júnior alerta para o fato de que isso têm sido cada vez mais freqüente em pacientes idosos que, por serem sedentários, raramente desencadeiam angina (dor no peito irradiando para o braço esquerdo ou região do pescoço ou das costas), sendo totalmente assintomáticos ou, na maioria das vezes, apresentando simplesmente cansaço, falta de ar, palpitações ou sintomas de mal estar após refeições mais copiosas.

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Também são muito pouco valorizados os pacientes jovens, principalmente do sexo feminino, que apesar de apresentarem menor incidência da doença, apresentam alta mortalidade, devido ao atraso no diagnóstico do infarto agudo do miocárdio.


"Com isso, os pacientes são tardiamente encaminhados ao exame que ainda é considerado o ‘padrão ouro’ no tratamento da doença arterial coronariana: a cineangiocoronariografia, também conhecida como cateterismo cardíaco", explica o cardiologista. "Não podemos permitir que apenas pacientes em fase aguda de infarto, ou seja, aqueles que já estão em alto risco de vida, sejam encaminhados a um exame como esse. O cardiologista clínico deve estar atento ao paciente que apresenta fatores de risco importantes para desenvolver a doença, mesmo que ainda não apresente sintomatologia".


Cuidado ainda mais necessário em pacientes já submetidos à cirurgia cardíaca, onde esse exame torna-se ainda mais importante, pois existe alto risco de oclusão ‘assintomática’ destas pontes com perda muscular cardíaca. Se o diagnóstico não for precoce, futuramente o paciente apresentará insuficiência cardíaca, o que limitará, em muito, a sua qualidade de vida. O paciente, por sua vez, não deve temer um exame mais invasivo, pois quando solicitado com os devidos cuidados prévios e realizado por especialistas com experiência, o risco é extremamente baixo e o benefício extremamente elevado.

"É inadmissível que nos dias atuais, com os métodos diagnósticos que possuímos ao nosso alcance, ainda tenhamos tantos pacientes encaminhados tardiamente ao cateterismo", finaliza o diretor do Instituto Lyon. "Sabemos do alto custo dos exames utilizados em cardiologia, porém partilho da opinião que o médico não pode restringir o seu conhecimento por limites financeiros, devendo utilizar todos os recursos clínicos e tecnológicos para não só salvar a vida do seu paciente, mas principalmente preservar a qualidade de vida do mesmo".


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