Contudo, a ABAC Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios, não acredita num crescimento no mesmo ritmo para 2004, em razão do aumento de mais de 150% da alíquota da Cofins para os prestadores de serviços - a partir de fevereiro - quando entra em vigor a Medida Provisória 135. "Nossas perspectivas são desanimadoras, pois mesmo sendo impulsionadores dos setores industrial e comercial, corremos o risco de ser penalizados com o aumento da Cofins, sem chance alguma de repasse", explica Consuelo Amorim, presidente da entidade que representa o segmento. "Houve ainda uma diferenciação entre os participantes do Sistema Financeiro Nacional. O setor financeiro, que inclui os bancos e as financeiras, pagarão 4,65% entre PIS (0,65%) e Cofins (4%), enquanto os consórcios pagarão 9,25% (1,65% do PIS e 7,6% de Cofins), quase 100% mais", complementa.Não cobrando juros e atuando como uma atividade intermediária e de poupança, as administradoras têm contratos firmados a longo prazo, em condições imutáveis, consequentemente ficam impossibilitadas de buscar no mercado a recuperação dos valores que terão de desembolsar. "Estamos tentando mostrar as características do nosso negócio às autoridades, na tentativa de minimizar os prejuízos, inclusive evitar demissões" continua. "Entendemos a necessidade e a importância das mudanças e das reformas, contudo somos contrários às penalizações setoriais. Queremos, como todos os brasileiros, a construção de uma economia sólida e crescente", revela.
Nos dez primeiros meses de 2003, o Sistema de Consórcios registrou alta de 4,6% nas vendas de novas cotas sobre 2002. O acumulado no período atingiu 1,34 milhão de unidades, enquanto no ano passado somou 1,28 milhão.Também o volume de participantes registrou alta. Até outubro deste ano, havia 3,08 milhões de consorciados, 4% a mais que os 2,96 milhões do ano passado. As contemplações totalizaram 645,9 mil, entre janeiro e outubro de 2003, 3,8% maiores que as 621,9 mil, no mesmo período de 2002. A inadimplência entre os consorciados contemplados, aqueles que já receberão seus bens, esteve em 8,2%.
AUTOMOTORES CONTINUAM CRESCENDO
O setor de veículos automotores continuou crescendo em seus diversos sub-setores. Nos chamados veículos leves novos – automóveis, camionetas e utilitários – houve alta de 14,9% nas vendas de novas cotas. Em dez meses deste ano, foram vendidas 287,9 mil cotas, enquanto no ano anterior foram 250,5 mil.
Os consorciados ativos somavam 791,8 mil em outubro último, estável em relação aos 798,5 mil de um ano atrás. A participação dos consórcios nas vendas do mercado interno chegaram a 15,2% no período. Os veículos pesados também apresentaram evolução. A comercialização de novas cotas subiu de 31,9 mil (jan/out-02) para 35,2 mil (jan/out-03), mais 10,3%. O total de participantes evoluiu 2,5%, de 112,8 mil para 115,7 mil, comparados os meses de outubro deste ano em relação ao anterior. O maior participante do Sistema de Consórcios com 56,1%, as motocicletas e as motonetas, marcou o período com uma elevação de 9,4% no total de participantes. Em outubro de 2002, eram 1,58 milhão de consorciados. No mesmo mês de 2003, o total superou 1,73 milhão. As vendas cresceram 4,4%. Subiram de 726 mil (jan/out-02) para 757,8 mil (jan/out-03). O volume global do setor de veículos automotores (novos e usados, nacionais e importados, leves e pesados) chegou aos 2,72 milhões de participantes ativos em outubro último, 5,4% superiores aos 2,58 milhões no mesmo mês do ano passado. As vendas de novas cotas chegaram a 1,11 milhão (jan/out-03), 6,7% maiores que as 1,04 milhão (jan/out-02).
IMÓVEIS CRESCEM 47,3%
Crescendo de forma permanente nos últimos cinco anos, o setor de imóveis no Sistema de Consórcios mostrou uma alta de 47,3% no acumulado de venda de novas cotas deste ano em relação ao anterior. Foram comercializadas 90,9 mil (jan/out-03) contra 61,7 mil (jan/out-02). O número de participantes ativos em outubro do 2002, que era de 119,4 mil, elevou-se em 39,3%, ultrapassando 166,4 mil, no mesmo mês deste ano.
MUDANÇAS MARCAM 2003 NO SETOR DE ELETROELETRÔNICOS
A mudança no perfil das vendas, promovida pelas administradoras em conjunto com os principais lojistas, mostrou que os negócios com eletroeletrônicos passaram a ter melhores resultados, em alguns casos superando 120% de crescimento. Na alteração, o valor médio da cota de consórcio, que era de R$ 350,00, foi multiplicado chegando a variar entre R$ 4 mil e R$ 5 mil, neste ano.
A introdução dessa novidade só poderá ser observada depois de completado um ano. Por isso, o setor de eletroeletrônicos mostra percentuais de retração em razão da adaptação e da relação diferenciada que é feita. O total de participantes ativos somou 187,8 mil, em outubro último, 28,1% menos que 261,5 mil, do ano anterior. A comercialização de novas cotas, ajustada à atual realidade mostrou também retração, porém deverá registrar melhores resultados futuramente. Entre janeiro e outubro de 2003, havia um total de 143,3 mil vendidas, 21% menores que as 181,2 mil, de 2002.
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PERSPECTIVAS PARA 2004
As perspectivas para o próximo ano são de incertezas. "Com a retomada da economia, poderá haver a recuperação da renda e de empregos, algo que nos anima a continuar crescendo", adianta Consuelo Amorim. "Contudo, o aumento nas alíquotas do PIS e Cofins pode inviabilizar nosso otimismo, provocando uma inversão na tendência de alta com redução de empregos", finaliza.