Para viabilizar as aulas, as prefeituras estão entrando com as telessalas, móveis e equipamentos, além da limpeza e manutenção do espaço, num investimento de cerca de R$ 12 mil. A Escola Técnica, onde também estão instalados os estúdios, arca com toda a parte de assessoria e supervisão pedagógica e o ITDE com os professores e funcionários mais o custo do uso das tecnologias de satélite e Internet.
"Vamos levar o ensino para várias localidades interessadas, oferecendo cursos públicos e gratuitos de qualidade – meta da universidade, através da tecnologia educacional sem fins lucrativos – objetivo do ITDE", esclarece o diretor da ET Alípio Santos Leal Neto.
Serão oferecidos os cursos técnicos de Administração de Empresas, Contabilidade, Gestão Pública e Secretariado, além de um curso pré-vestibular. Um teste seletivo foi realizado ainda no dia 24 de abril, reunindo mais de 18 mil inscritos para os cursos técnicos e 8 mil candidatos para o pré-vestibular. Em cada município serão oferecidas 180 vagas no total dos cinco cursos disponibilizados.
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"Nós já tínhamos começado um projeto de expansão de nossas atividades com os convênios com o MST – Movimento dos Trabalhadores Sem Terra. Oferecíamos cursos presenciais como o de Agroecologia em Cantagalo, São Miguel e Maringá", conta o diretor da ET. Mas muitos outros municípios começaram a entrar em contato conosco querendo também a nossa presença. Juntou-se essa demanda ao fechamento, no governo estadual anterior, de boa parte dos cursos técnicos e tínhamos um grande problema: os cursos presenciais exigiam uma estrutura muito grande e um alto investimento. A solução encontrada foi trabalhar com o ensino a distância. Ficamos surpresos com o grande número de inscritos no teste seletivo. Havendo uma demanda podemos ampliar os cursos – que atualmente são apenas noturnos – para os períodos da manhã e da tarde. Esperamos que nesse novo momento, em que a iniciativa privada está se abrindo para a ação social, possam surgir novas formas de patrocínio."
PROJETO SOCIAL – "Tínhamos uma expectativa inicial de trabalhar com 60 cidades. Mas o projeto foi tomando uma nova dimensão e hoje são 170", acrescenta Marcos Paterno, da ONG ITDE. "A idéia é atender, essencialmente, os pequenos municípios que não têm acesso ao ensino técnico. Hoje, temos em torno de 450 mil alunos matriculados no ensino médio. Desses, um terço o concluem e a capacidade de absorção pelo Ensino Superior chega a 70 mil num cálculo grosseiro. Ou seja, ainda restam 80 mil que não conseguem entrar. Por isso precisamos ampliar o acesso à profissionalização com a oferta de cursos técnicos. O custo para levar a Escola Técnica presencialmente a todos esses lugares seria inviável. Mas a tele e a videoconferência possibilitam isso com um investimento bastante reduzido se pensarmos nos resultados que vão ter."
O projeto é considerado pela ONG como de caráter social porque gera também uma série de novos empregos. Cada sala, em cada cidade, terá um monitor e esse profissional tem como perfil preferencial o de professor aposentado. Serão pelo menos 170 empregos diretos. Ao mesmo tempo, os alunos terão acesso aos estágios voluntários remunerados, incentivados pelas próprias prefeituras envolvidas e pela iniciativa privada. "A idéia é facilitar aos alunos o pagamento do material didático, a única despesa que terão caso não seja custeada por empresas e instituições da própria região", esclarece Paterno.
O material didático sintetiza o conteúdo de vários livros, aos quais os alunos não teriam acesso pela questão de preço e disponibilidade onde moram. Além de espaços para anotações, oferece atividades auto-instrutivas para que o aluno seja incentivado a estudar mesmo fora das telessalas, onde a aula acontece uma vez por semana com duração de seis horas. No restante da semana, o estudante tem mais seis horas de tutoria virtual através de um telefone 0800 ou chat, via Internet, aproveitando os centros de informática já existentes nas regiões.
Todo o registro acadêmico, a certificação dos cursos com validade nacional e o diploma são feitos na Escola Técnica da Universidade Federal do Paraná.
MOTIVAÇÃO – "O ensino técnico que estava extinto volta num momento mais do que oportuno para ajudar nossos jovens a encontrar um emprego, hoje sua maior angústia", comemora o prefeito de Nova Santa Bárbara Júlio Aparecido Bittencourt. "O investimento que estamos fazendo na telessala, equipamentos e manutenção é mínimo se pensarmos no retorno que vamos ter. Qualquer prefeito que tenha um mínimo de sensibilidade poderia investir até mais."
O município de 4 mil habitantes vive da produção rural, mas começa a dar os primeiros passos para a entrada no setor de confecções. Os cursos técnicos deverão auxiliar na formação da mão-de-obra para a nova atividade econômica.
"Vai ser excelente para nós. Estamos muito animados", comenta Linetes de Lurdes Semprebom Biss, monitora da telessala de Farol, município novo e pequeno do Paraná, com cerca de 4 mil habitantes. "Temos cinco escolas e muitos jovens. Mas a faixa etária dos inscritos no teste seletivo foi bem variada, mostrando que muita gente quer uma profissão."
Serviço:
Aula inaugural do Projeto Educação Para Todos – Programa de Cursos Profissionalizantes em Educação a Distância
Data – 30 de maio
Horário – 19 horas
Local – Estúdios da Escola Técnica da UFPR (Rua Dr.Alcides Vieira Arcoverde, 1225 – Jardim das Américas.
Fone – 3267-1414