Segundo dados divulgados pela ONU, em 2005, mais de 32 milhões de brasileiros terão mais de 60 anos, o que colocará o nosso país no sexto lugar da lista dos países com maior número de idosos. Uma população que exige cada vez mais atenção, muito antes de chegar a esse patamar. Quem faz o alerta é o médico cardiologista Dr. Antonio Augusto de Arruda Silveira Jr., do Instituto Lyon, de Curitiba. Segundo ele, é preciso saber diferenciar, já cedo, o chamado idoso bem sucedido, do idoso frágil. "É importante diferenciar duas características do envelhecimento", diz o medico. "O idoso senil, que pode se tornar um idoso frágil, e o idoso senescente, também chamado de bem sucedido". A senilidade é o conjunto das alterações patológicas do envelhecimento. Dela fazem parte as doenças como a osteoporose, hipertensão arterial sistêmica, diabetes, artroses severas, além das perdas funcionais como a capacidade de andar sozinho, subir escadas, a perda do equilíbrio, visão e audição. "O idoso perde peso e apetite, sente fadiga crônica e, aos poucos, vai perdendo também a massa muscular, e deixando de realizar as atividades físicas e intelectuais", esclarece Silveira Jr. "São os pacientes mais comuns dos serviços de saúde e os que mais apresentam complicações ambulatoriais e hospitalares fatais". Já o idoso senescente ou bem sucedido é aquele de raciocínio e memória mais lentos, porém presentes. Que apresenta problemas normais ao envelhecimento, mas que tem uma melhor qualidade de vida. "O exemplo clássico é aquele que diz que todas as mulheres terão menopausa (senescência), mas nem todas apresentarão osteoporose (senilidade)", elucida o médico. Prevenção – Assim como em todas as outras doenças e situações do corpo humano, o melhor caminho, segundo o cardiologista ainda é o da prevenção. Prevenção que começa com a prática de exercícios.
"Pelo menos 82% das mulheres e 69% dos homens ainda são totalmente inativos", alerta Silveira Jr. "Qualquer atividade física já traz grandes benefícios para a saúde. Mas, para os idosos, o melhor mesmo é a musculação, uma vez que é mais segura e mais eficaz, ajudando a manter a composição corporal, sem maiores perdas das massas muscular e óssea. O mais importante é evitar a imobilidade", diz.
Outro aspecto importante é a nutrição. A subnutrição, ou mesmo a desnutrição, é muito freqüente em pessoas idosas. A redução no consumo de alimentos está associada à depressão emocional. "Os idosos têm limitações para fazer compras, preparar e consumir alimentos e não conseguem manter uma dieta balanceada", comenta Antonio Augusto. "Estudos recentes têm demonstrado que as necessidades protéicas são maiores nos idosos do que nos adultos jovens. A deficiência de vitaminas e minerais é muito freqüente".
E isso sem falar em outros aspectos cada vez mais comuns como o tabagismo – pelo menos 1/3 da população economicamente ativa é fumante; da obesidade – que gera óbitos já entre os 45 e 60 anos; a hipertensão arterial sistêmica – acima dos 65 anos, 60% da população é portadora de complicações cardiovasculares e a depressão – os depressivos têm maior incidência de infarto agudo do miocárdio.
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"É fundamental acreditar que envelhecer não é sinônimo de adoecer, sofrer ou ter limitações", comenta Silveira Júnior."Ser um idoso frágil ou um idoso bem sucedido depende de tomar medidas práticas de mudança de estilo de vida e medidas terapêuticas – preventivas e curativas. E isso, quanto mais cedo, melhor. Normalmente, só procuramos um médico e mudamos nossas atitudes quando já estamos doentes".
Dr. Antonio Augusto de Arruda Silveira Junior
Especialista em Clínica Médica e Cardiologia e Pós-Graduado em Geriatria e Exercícios Físicos no Envelhecimento pela Faculdade de Medicina da USP. Médico responsável pelo Instituto Lyon de Curitiba. Autor dos livros: "Pare de Envelhecer Agora " e "Musculação Aplicada ao Envelhecimento - O bem-estar não tem idade".