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O engano de Rose ou como uma mulher escapou de seu algoz

21 out 2012 às 11:02
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"Qualquer semelhança com a realidade, não é mera coincidência."

Rose queria se casar. Estava passando da hora e nem tinha mais as exigências de outrora. O escolhido mais a mão estava comprometido, embora visse nela uma possibilidade de conforto profissional e social.

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Um dia, quando avistou a mulher atual de seu escolhido, foi ao seu encontro toda radiante como se elas fossem velhas amigas e contou-lhe o seguinte sonho numa clara forma de provocação:

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ALGUMAS RELAÇÕES/OUTRAS RALAÇÕES


"Sonhei que eu e seu companheiro estávamos numa longa mesa, rodeada por familiares e eu lhe dava comida em sua boca."
E, com um sorriso zombeteiro completou perguntando-lhe: "O que você acha disso?"

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Ela pensou por um instante e respondeu: "Rose, você vai conseguir exatamente aquilo que deseja."


Rose saiu sorrindo um sorriso de escárnio e a outra saiu sorrindo e chorando seu alívio.

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Mal sabia Rose que essa mulher já havia tentado sair dessa relação algumas vezes e sem sucesso se via envolta às mentiras e enfados que ela lhe causava devido à atitude dúbia de seu companheiro, que queria outra pessoa e ao mesmo tempo não a deixava seguir com sua vida. Vivia tendo ataques de ciúmes, queria a certeza da exclusividade de seu amor, mas não lhe dava qualquer segurança emocional.


A mulher sabia o que estava acontecendo, afinal seu "companheiro" não era um profissional de conduta ilibada e havia se envolvido em situação criminosa juntamente com sua sócia. Ele a desejava, ele queria seu silêncio, mas ao mesmo tempo, tinha de encontrar uma esposa que pudesse compor um cenário de honestidade e seriedade públicas. Uma esposa que o "alimentasse" disfarçando sua índole criminosa e seus feitos anteriores.

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Enquanto isso, a sócia nos crimes se preparava para deixar o Estado. Caberia a ele manter a mulher em silêncio e casar-se com uma pessoa que o servisse para mascarar suas ações criminosas que, no momento atual, teriam de ser absolutamente escondidas perante a cidade e silenciar aqueles que sabiam.


Rose pensa estar manipulando a mulher e seu atual marido, quando, na realidade é o seu atual marido que a esta manipulando. Por outro lado, os esforços de Rose não são apenas o de conquistá-lo como também de "ganhar" de sua pretensa rival.

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O feminino apresentado por Rose está imaturo por que o objeto de seu desejo não é apenas o homem que está ali disponível, mas também é agredir aquela que acredita ser sua rival. Isso significa que Rose não está bem com ela mesma e que vê na rival um aspecto de feminino que desejaria para si, como não pode obtê-lo desdenha. Em não podendo ser aquele feminino toma-lhe aquilo que pensa lhe ser precioso, numa tentativa de destruir o real objeto de desejo que é algum aspecto do feminino que encontra na rival embora não admita.


O homem que Rose pensa ser seu prêmio não se manifesta de modo assertivo, muito pelo contrário, se mantém fora da ação o que significa que esse homem representa o masculino fragilizado, que se deixa conduzir por total conveniência. Ele se deixa alimentar numa clara atitude passiva visando o seu ganho que seria construir uma fachada ilibada perante a sociedade.

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O masculino passivo está destituído de seus instintos e a mercê da razão. A razão sem o atravessar dos instintos é razão doente. Bem como o seu contrário. Nesse caso, este homem preferiu enterrar sua sensibilidade em troca de seu status. Mas afinal, se não fosse assim, sua culpa poderia levá-lo a ser preso. Preferiu abrir mão da culpa e junto dela de sua sensibilidade.


O que teria a rival que é invejado por Rose? E por que esse homem não termina sua relação, deixando a cargo de Rose a provocação?

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Com certeza a rival possui algum tipo de domínio desconhecido por Rose, talvez seja o conhecimento ou o simples fato de saber que o homem que Rose disputa não está sendo, por ela, disputado. Talvez ela queira mesmo se livrar dessa relação por isso sente alívio. Ela sabia do perigo que a rondava por saber demais. Já havia sido ameaçada por um "matador" da cidade e amigo íntimo da sócia de seu "companheiro".


Essa outra mulher não apenas abre mão de seu "companheiro" como também saiu sorrindo não um sorriso de escárnio como o de Rose, mas um sorriso de alívio, e como era de se esperar de alguém honesto consigo mesmo, o choro pela perda daquilo que não foi. Afinal, quando ela o amou, havia sido honesta.


Ele não é assertivo e ao invés de ser o dono da ação, permite e talvez até incentive que Rose faça o que ele mesmo deveria fazer que fosse terminar sua atual relação.


Essa sua postura é parte do alívio sentido pela mulher quando verifica que, enfim, conseguiu sair de uma relação não apenas insatisfatória como também insana, pois ele lhe dava dupla mensagem: ao mesmo tempo em que estava com Rose continuava a desejá-la e a insistir em perpetuar o triângulo amoroso.


Dizia-lhe que casar-se com Rose seria um passo muito importante para sua carreira e ascensão social, mas não podia imaginar sua atual mulher nos braços de outro. De noite acordava chorando e pedindo-lhe perdão, de dia investigava e sabia de todos os seus passos.


Sua fraqueza está exposta. Mas essa mulher abriu mão desse aspecto de sua própria natureza, de modo que não deseja para si a situação que vislumbra estar prestes a ocorrer com Rose que representa um feminino imaturo, portanto enfraquecido alimentando um masculino corrompido e fraco.


Lá adiante no futuro, ambos estarão atrelados a uma situação sem volta de tédio e de fracasso escondido a sete chaves, o que por si só é uma situação infeliz. Situação que não revela para Rose, deixando-a descobrir por si só.
Uma mulher não aceita gaiola de ouro sem ter um plano secreto. Uma mulher não aceita uma vida "fake", muito pelo contrário deseja uma vida vibrante onde toca e se sente tocada. Uma vida onde somente usa e é usada não lhe atrai por que não faz sentido.


Quando os sentidos do corpo não estão presentes, a vida se esvazia. Aí, haja Viagra, consumismos, festas e remédio para depressão, insônia, ansiedade e claro, mentiras imaginárias para sustentar o auto-engano!


No entanto, Rose conseguiu exatamente aquilo que queria: dar alimento na boca de seu atual marido que se deixa ser alimentado passivamente por que tem um grande ganho, o de se safar dos crimes que cometeu e que talvez, ainda cometa, mas agora de modo mais discreto posto que sua sócia no crime mora em outro Estado.


Ele segue sua vida falsa contando a todos sobre a maravilha que é seu casamento.


Rose deve manter a máscara por que se ela parar de "alimentá-lo", naturalmente a "casa cai".


E quanto à mulher? Bem, essa continua sentindo alívio por ter escapado graças a Rose. Segue ela vivendo sua sensibilidade e capacidade de amar. Enfim, não se corrompeu, continua viva em corpo e intensidade.


Livros consultados:


HORNEY, Karen - La Personalidad Neurótica de Nuestro Tiempo – Editorial Paidos – 1ª Ed. 1980 - Buenos Aires – Argentina


Dinâmica da Adolescência – aspectos biológicos, culturais e psicológicos – elaborado pelo comitê sobre adolescência do grupo para o adiantamento da psiquiatria (EE.U.A) – Tradução: Octavio Mendes Cajado - 5ª Ed. – Editora Cultrix – São Paulo – Brasil

JUNG, C.G. – A Vida Simbólica – Tradução: Araceli Elman – Ed. Vozes – 1998 – Petrópolis – R.J.


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