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Seminário Mudanças Climáticas

Combate ao aquecimento global exige participação ativa da sociedade, dizem especialistas

Catarina Ferreira - Folhapress
03 nov 2021 às 11:59
- Pixabay
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Para combater a crise climática, é preciso abraçar diversas frentes de atuação, afirmam especialistas. Entre elas estão a regulação dos setores de energia e agropecuária, a adoção de políticas públicas para reduzir o desmatamento e ações de educação para a população.


Em 2020, o Brasil registrou um aumento de 9,5% nas emissões de gases estufa. O dado, divulgado pelo Seeg (Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa), reúne informações de diferentes fontes emissoras de poluentes como desmatamento e agropecuária.

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Os impactos sociais das alterações no clima foram tema de debate na última sexta-feira (29). O seminário Mudanças Climáticas foi promovido pelo jornal Folha de S.Paulo, com patrocínio da Klabin e apoio da Prefeitura de São Paulo. A mediação foi do jornalista Marcelo Leite.

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Ana Toni, diretora-executiva do ICS (Instituto Clima e Sociedade), afirma que combater o desmatamento é absolutamente necessário, mas que é preciso ir além e olhar para a produção de combustíveis fósseis e a geração de energia. "A construção de uma usina termoelétrica a diesel ou a carvão, por exemplo, polui por pelo menos 30 anos", diz.

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Para Helio Mattar, presidente do Instituto Akatu e colunista da Folha de S.Paulo, a pressão da sociedade civil é essencial para a adoção de medidas que possam frear o desmatamento.


Ele chama a atenção para o papel da regulamentação do poder público na produção de combustíveis fósseis. "É preciso incentivar a geração de energia limpa e cortar subsídios para produção de combustíveis poluentes."

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De acordo com o relatório Lacuna de Produção 2021, elaborado pelo Pnuma (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente), mesmo com o esforço das negociações pela saúde do clima global, até 2030, a produção de combustíveis fósseis no mundo deve aumentar em 110%.


Helio Mattar afirma que a mudança no regime de chuvas, com inundações e secas, pode atingir a produção de comida. "O clima extremo afeta fundamentalmente a agricultura e vai provocar aumento nos preços dos alimentos. A população mais vulnerável vai ser a mais afetada."

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Até setembro, o IPCA-15, prévia da inflação divulgada pelo IBGE, registrou em 12 meses uma subida de 10,05% no preço dos alimentos. A alta reflete a crise econômica, mas também o período de seca. De acordo com o CMSE (Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico), entre setembro de 2020 e abril de 2021, o país 

enfrentou a pior seca em 91 anos.

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Para Ana Toni, os efeitos do aumento progressivo da poluição já podem ser sentidos no país. Ela chama a atenção para os impactos da escassez de água nas populações mais vulneráveis. "Já temos o aumento no custo da energia elétrica e as desigualdades de acesso à eletricidade."


Paloma Costa, membro do grupo consultivo da juventude sobre mudança climática da ONU, vê na participação ativa da sociedade um passo importante para frear a emissão de poluentes.

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Ela, que acompanha a delegação da juventude brasileira na COP26 (Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas), reconhece o trabalho da ativista sueca Greta Thunberg, mas critica a falta de divulgação por parte da mídia das ações dos jovens brasileiros.


"Quando fomos à pré-COP, a matéria que saiu nos grandes jornais, inclusive na Folha, dizia que fomos inspirados pela Greta, mas nossa movimentação já tem pelo menos seis anos. Há um mainstream de que o grande ativista é o europeu, mas o Brasil precisa reconhecer nosso trabalho."


Os especialistas veem as próximas eleições como importante momento para debater a crise do clima.


"Precisamos abraçar a pauta do desmatamento zero e cobrar um posicionamento dos candidatos e candidatas", afirma Ana Toni. Já Helio Mattar vê mais espaço para discutir temas como consumo consciente e redução da desigualdade.

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