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Empreendendo juntos

Casais contam como a intimidade ajuda ou atrapalha na hora de ter um negócio

Folhapress
05 jul 2021 às 14:53
- Freepik
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Casais que decidem empreender juntos têm a intimidade como um fator que pode alavancar ou afundar o negócio. Esse tipo de empreitada requer cuidados extras, afirma Sandra Fiorentini, consultora do Sebrae-SP.


"Muitos começam na empolgação e querem fazer tudo juntos. Mas, assim como em casa existe uma divisão de tarefas, na empresa também deve haver. O que um decidir dentro de sua esfera o outro deve acatar", diz ela, que já atendeu mais de 500 casais.

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Como os meios para sustentar a casa são os mesmos, os parceiros, em geral, têm mais garra para fazer o negócio dar certo, diz a consultora. Mas é preciso manter um canal aberto para o diálogo, mesmo nos momentos mais difíceis da relação conjugal.

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"Eles precisam conversar como dois funcionários de qualquer empresa, independentemente do que aconteceu na vida amorosa."

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A seguir, saiba como três casais equilibram a parceria no amor e nos negócios.


Namorados resolvem morar separados para manter negócio

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Hugo Mor, 36, e Daniel Barranco, 44, tiveram seu primeiro encontro, em 2014, e, logo, começaram a namorar.


Formado em design, Daniel expunha peças feitas em madeira numa loja colaborativa e convidou Hugo para trazer suas criações estilísticas.

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"As camisetas ficaram três meses em uma arara. Nenhuma foi vendida, mas duas foram roubadas. Pensei que, se alguém furtou, é porque teve interesse. E começamos a buscar feiras que conversassem mais com a marca", diz Hugo.


Eles, então, criaram a Coletivo de Dois. Investiram R$ 500 na primeira coleção, que contou com 120 peças e foi um sucesso de vendas. Camisetas, quimonos, vestidos e moletons são feitos com retalhos e sobras de tecidos.

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Para Hugo, a intimidade facilita a tomada de decisões. O que também ajuda, diz ele, é que os dois têm perfis complementares: enquanto Hugo é mais criativo, Daniel é habilidoso com a parte técnica.


Já o convívio em excesso é um motivo de desgaste para o casal. Após brigas, principalmente depois do início da pandemia, a saída encontrada por eles for morar em lugares separados. Hoje, Daniel vive em Pinheiros, e Hugo, no ateliê, no centro de São Paulo.

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"Melhoramos nossa relação como casal e como sócios", afirma Daniel.


Mas Hugo ressalta que o trabalho pode esfriar a relação. "Para quem não quiser que isso aconteça, não indico muito. Por outro lado, é a construção de um futuro só nosso."

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Antes da pandemia, a Coletivo de Dois participava de feiras e tinha uma loja física. Hoje, as peças são vendidas apenas pelo site da marca.


Sócios deixam casamento fora do escritório


Um episódio de racismo foi o que motivou o casal Fernanda Ribeiro, 36, e Sérgio Wall, 46, a criar o banco digital Conta Black, em 2017. Ele teve um empréstimo negado, mesmo preenchendo todos os requisitos exigidos pela instituição.


"Muitos de meus colegas empreendedores negros passaram pela mesma situação, por isso decidi abrir um banco para todos", afirma ele.


"Os negros têm crédito negado três vezes mais que os brancos nas mesmas condições", completa Fernanda.


Os dois se casaram duas vezes –a primeira festa foi em 2009 e, a outra, dez anos depois. Fernanda afirma que ser mulher de Sérgio a atrapalhou no início da Conta Black. "As pessoas me tratavam como a esposa do dono. Não me sentia tão sócia quanto ele. Mas hoje eu me posiciono."


O casal optou por manter o relacionamento discreto na empresa e, em reuniões, muitas vezes as pessoas não sabem que são casados. "Sou responsável por uma área e ela, por outra", diz Sérgio.


Com a pandemia, os dois passaram a trabalhar de casa. "No começo foi muito difícil. Antes, a gente separava melhor o que era nosso ambiente de trabalho e a nossa vida íntima. Adotamos, então, uma dinâmica de cada um ficar em um cômodo de portas fechadas", afirma Fernanda.


Para uma melhor convivência, eles decidiram voltar a trabalhar, só os dois, no escritório, em São Paulo. A empresa tem mais dois funcionários e uma equipe de tecnologia terceirizada, com mais de 50 profissionais.


A Conta Black movimenta hoje cerca de R$ 2 milhões por bimestre. Com a estreia de um aplicativo, em setembro, a companhia planeja conquistar novos 100 mil clientes.


"Muitas pessoas nos questionam sobre como é compartilhar os negócios. Acho que somos uma prova de que é possível dar certo", diz Sérgio.


Parceiros tentam manter trabalho longe da hora de lazer


Depois de uma viagem a Moreré, na Bahia, Mariana Ferolla, 31, e Diogo Zaverucha, 36, tiveram a ideia de abrir a Tapí Tapioca, que começou com um food truck, em 2014.


O diferencial da marca carioca são recheios pouco usuais, como o de salmão defumado com queijo brie e cebola roxa ou o de doce de abóbora com mel trufado e amêndoas.


Juntos há quase dez anos e casados desde 2019, eles consideram a Tapí o seu primeiro filho. Em recentes férias ao Maranhão, o casal ficou pela primeira vez longe da rotina da empresa, por cinco dias.


"Agora que o filho está mais crescido, pensei: 'É hora de os pais viajarem'. Consegui me desligar um pouco, mas deixei todas as orientações. Afinal, são dois sócios em férias ao mesmo tempo", diz Mariana.


Diogo conta que a dupla tenta não misturar trabalho e vida pessoal, mas não é fácil. "Em um dia, a gente estava vendo um filme e a Mari veio me falar de um email. Não dá. Quando você empreende já não sai do trabalho, imagina empreender em casal? É mais difícil virar a chave."


Mariana costumava ficar chateada no início, já que, por ser mais ansiosa, queria resolver os problemas o quanto antes, mas diz que tem aprendido a praticar a calma.


Na pandemia, o casal precisou fechar três de suas seis lojas no Rio de Janeiro. Diogo, então, teve de voltar para o ramo de energia sustentável, no qual trabalhava antes da fundação da marca.


"Hoje, apesar de ser sócio, não trabalho full time na Tapí. Com isso, o relacionamento meu e da Mari melhorou. Agora, a gente sente saudades um do outro novamente", afirma Diogo.


A entrada de dois novos sócios também ajudou na relação do casal. "É mais gente para trocar, para ponderar as opiniões", afirma Mariana.

Atualmente, além fazer entrega por aplicativo, a Tapí está com quatro lojas em funcionamento e vai abrir mais uma nos próximos meses.


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