Pesquisar

Canais

Serviços

Publicidade
Fiocruz

Estudo mostra queda na renda dos idosos durante pandemia

Agência Brasil
31 mar 2021 às 09:01
- Pixabay
siga o Bonde no Google News!
Publicidade
Publicidade

No Brasil, durante a pandemia, houve diminuição de renda em quase metade dos domicílios dos idosos, principalmente entre os mais pobres, e o aumento de sentimentos relacionados à solidão e tristeza, sobretudo entre as mulheres. É o que mostra estudo da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) divulgado nesta quarta-feira (31).


Para investigar as condições de vida de idosos durante a pandemia, foram usados dados da Pesquisa de Comportamentos, inquérito de saúde realizado pela Fiocruz em parceria com a UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e a Unicamp (Universidade Estadual de Campinas). A coleta de dados foi feita por meio de um questionário eletrônico, preenchido por 9.173 pessoas com idade igual ou superior a 60 anos, entre abril e maio de 2020.

Cadastre-se em nossa newsletter

Publicidade
Publicidade


A pesquisa mostrou que 50,5% dos idosos trabalhavam antes da pandemia, dos quais 42,1% sem vínculo empregatício. Durante o período analisado, foi registrada queda na renda em 47,1% dos domicílios, sendo que 23,6% relataram forte redução e até mesmo ausência de renda.

Leia mais:

Imagem de destaque
Arte

Por que Van Gogh não foi gênio perturbado, mas uma vítima de sua época

Imagem de destaque
Conforme faixa etária

Confira dicas de pediatras de como evitar quedas de crianças

Imagem de destaque
33 anos depois

Magic Johnson diz que acorda às 4h para se manter saudável após HIV

Imagem de destaque
Análise

Renda e moradia são determinantes no consumo de ultraprocessados, aponta estudo


Entre aqueles que trabalhavam sem carteira assinada, a queda na renda ocorreu em 79,8% dos lares e a ausência de renda em 55,3%. A diminuição também afetou de forma mais intensa os que tinham renda per capita domiciliar menor que um salário mínimo. Apenas 12% citaram alguém do domicílio que recebeu algum benefício do governo relacionado à pandemia.

Publicidade


Segundo a principal autora do estudo, Dalia Elena Romero, a crise econômica, o desemprego e a perda de renda já vinham ocorrendo antes do início da pandemia no ano passado. "A pandemia veio somar os problemas para a saúde e o bem-estar da população idosa”.


A pesquisadora destaca que a perda de renda do idoso afeta muito toda a família. Ela defende a ampliação do BPC (Benefício de Prestação Continuada), do auxílio emergencial e de programas de renda mínima, além de políticas que aumentem a escolaridade e a inclusão digital, para proteger a população idosa e seus dependentes da vulnerabilidade social.

Publicidade


Isolamento social


A pesquisa mostrou ainda que o isolamento social total ou de modo intenso foi adotado por 87,8% dos idosos, enquanto 12,2% não aderiram ou aderiram pouco ao distanciamento, percentual que atingiu 66,6% entre os que continuaram trabalhando normalmente durante a pandemia.

Publicidade


Em relação às condições de saúde física, mais de 58% dos idosos indicaram ter pelo menos uma doença crônica não transmissível, como diabetes, hipertensão, doença respiratória, do coração e câncer. Se considerado o tabagismo, esse índice sobe para 64,1%.


Para a pesquisadora, a deterioração que o SUS (Sistema Único de Saúde) sofreu nos últimos anos, especialmente na atenção básica de saúde da família, causou impacto significativo na população idosa. Segundo Dalia, o fortalecimento da atenção básica pouparia muitos recursos em internações hospitalares.

O estudo revelou que a sensação de tristeza ou depressão recorrente foi maior em domicílios com menor renda (32,3%) e na população feminina (35,1%), em comparação com a masculina. O sentimento frequente de solidão pelo distanciamento dos amigos e familiares foi citado por metade dos idosos, sendo maior entre as mulheres (57,8%).


Publicidade

Últimas notícias

Publicidade