A pandemia trouxe diversos impactos para a sociedade brasileira. Do ponto de vista financeiro ao social, é fato que todos os setores tiveram que passar por algumas mudanças para se manterem ativos e com suas funções em dia. As pesquisas científicas também fazem parte destas transições, e isso tem sido alvo de muita conversa pela internet.
Entidade responsável pelo investimento na ciência no Brasil, o CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) não possui a mesma verba que tinha em mãos até os últimos anos, mas isso não quer dizer que a entidade cortou, em 2021, bolsas de estudos, mesmo havendo uma queda muito significativa do orçamento.
Até os últimos anos, o órgão vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações apresentava dois cronogramas para aqueles que foram contemplados com as bolsas e também quem teve projetos aprovados. Mas, em 2021, houve um ajuste, sendo que um deles foi anunciado no início do ano. "Como ainda há incertezas em relação ao retorno da normalidade das atividades acadêmicas e, principalmente, para a mobilidade dos pesquisadores, em especial para o exterior, não lançamos, em um primeiro momento, os dois cronogramas geralmente previstos. Proporcionalmente, estamos mantendo a média de atendimento dessa chamada”, ressaltou o presidente do CNPq, Evaldo Vilela.
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Diante deste cenário, o presidente ressalta que este ajuste no cronograma não é algo para se alarmar, pois "há a perspectiva de lançar o outro cronograma a partir do segundo semestre”. Vale lembrar que não houve nenhum corte de bolsas, como foi falado. "O CNPq atua em duas frentes: uma ligada a bolsas, e outra a projetos. E essa última que pode até ser afetada, mas a primeira segue sendo paga normalmente”. Vale lembrar que, com o orçamento mais baixo disponível em 2021, não será possível ter uma perspectiva de reajuste das bolsas, afinal isso significaria diminuir a quantidade delas.
Para quem não conhece, o CNPq é responsável pela plataforma Lattes. "É um sistema de currículos virtual que integra as bases de dados curriculares, grupos de pesquisa e instituições em um único sistema de informações, das áreas de Ciência e Tecnologia, atuando no Brasil”, revela o diretor geral do Centro de Pesquisas e Análises Heráclito, cientista Fabiano de Abreu Rodrigues.
Ele completa que "esse espaço é o que temos de credível para avaliar se as formações do profissional realmente conferem e um ótimo atalho para buscarmos o currículo. Em Portugal há também uma plataforma similar, assim como em outros países. Isso mostra que o governo brasileiro não iria deixar de lado o incentivo a algo tão crucial para o país, como a ciência”, finaliza.