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Atraso pode prejudicar provas

Com indefinição de datas, governo Bolsonaro ainda não assinou contrato de gráfica do Enem

Redação Bonde com Folhapress/Paulo Saldaña
27 mai 2021 às 15:50
- Reprodução/Pixabay
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O governo Jair Bolsonaro ainda não assinou o contrato com a gráfica para a impressão das provas do Enem 2021.


As indefinições sobre as datas de realização das provas e trocas nas chefias do órgão têm atrasado os procedimentos preparatórios do exame.

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O comprometimento de todo o cronograma do exame têm preocupado os técnicos do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais) por causa da complexidade que envolve essa organização. O órgão, ligado ao MEC (Ministério da Educação), é responsável pela realização das provas.

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A alta cúpula do Inep deixou o tema de lado porque havia decidido realizar o Enem 2021 apenas no início de 2022, segundo relatos feitos à reportagem.

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Documentos obtidos pela Folha de S.Paulo mostram que desde o início de maio havia a decisão de aplicar as provas em janeiro de 2022.


Com a repercussão negativa do adiamento, o ministro da Educação, Milton Ribeiro, prometeu que a prova será realizada até novembro. Porém, a decisão ainda não foi oficializada.

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Em 2019, por exemplo, quando o Enem também ocorreu em novembro, o contrato com a gráfica foi fechado em 21 de maio. Isso já representou atrasos; naquele ano, no entanto, a assinatura demorou porque a empresa que imprimia as provas havia falido, forçando o governo a alterar o fornecedor.


O Inep formalizou a intenção de renovar o contrato com a gráfica Plural, empresa na qual a Folha de S.Paulo tem participação minoritária. A Plural venceu em 2020 licitação para imprimir o Enem e há abertura legal para renovação.

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Até agora, a assinatura do aditivo não tem data para ocorrer. Pessoas familiarizadas com os processos e servidores do instituto afirmam que, a princípio, há tempo hábil para a impressão das provas caso a aplicação seja em novembro.


A avaliação, entretanto, é de que, a cada dia que passa, aumentam os riscos para a segurança e o sucesso do exame. O Inep foi questionado pela reportagem mas não respondeu.

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Colabora com o atraso as trocas constantes no órgão. Em 10 de maio, o Inep exonerou o então diretor de Gestão e Planejamento, Alfredo Murillo Gameiro de Souza, o que comprometeu as negociações com a gráfica -essa é a área responsável pelas questões logísticas do exame. Alexandre Avelino Pereira assumiu o cargo na mesma data.


O contrato com o consórcio aplicador também não foi firmado. Mas é comum que isso ocorra mais próximo do exame.

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Na quarta-feira (26), o Inep exonerou o diretor de Avaliação da Educação Básica, coronel Alexandre Gomes da Silva. Desde 18 de maio, ele já estava afastado do cargo, a pedido.


As funções da diretoria têm sido exercidas pelo substituto, Anderson Oliveira. Fica a cargo desse setor a parte pedagógica do exame.

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Servidores afirmaram à Folha de S.Paulo, sob condição de anonimato, que a prova ainda não está montada, o que também já era para ter ocorrido.


O presidente do Inep, Danilo Dupas Ribeiro, tentou trocar a comissão que elabora o exame. No entanto, ele voltou atrás após reação interna negativa.


A gestão de Ribeiro à frente do Inep tem sido fortemente criticada por servidores, que já publicaram cartas públicas com queixas.


O governo Bolsonaro nem sequer publicou o edital do exame. Em 2019, esse documento que define todo o cronograma e as diretrizes da prova foram publicados em março e, no passado, em abril.


Sem o edital, também não há data para abertura de inscrição. Nos dois últimos anos as inscrições já haviam sido encerradas nesse período do ano.


A postergação desse processo compromete várias etapas de organização. Somente após o fim das inscrições é que o Inep pode levar adiante algumas fases da organização com base na previsão de quem deve fazer a prova.


O instituto ainda está na fase de pedidos de isenção da taxa de inscrição, cujo prazo foi aberto no dia 17 e segue até sexta-feira (28). Após encerrado esse período, haverá novo prazo de recurso para quem não teve sucesso na solicitação.


A última edição do Enem recebeu 5,7 milhões de inscrições. Realizado em janeiro de 2021, após adiamento por causa da pandemia da Covid-19, a prova teve a maior taxa de abstenção da história.


Projeto de lei do deputado Idilvan Alencar (PDT-CE), assinado por vários congressistas, prevê que não haja veto a pedidos de isenção de quem faltou na última edição, uma vez que a alta abstenção teve relação com a pandemia.


O texto foi apresentado nesta quarta com o objetivo de, segundo o deputado, evitar que os mais pobres não sejam prejudicados.


A nota do Enem é usada por praticamente todas as instituições públicas federais e serve de critério para acesso a programas de inclusão em faculdades privadas, como o ProUni (Programa Universidade para Todos) e Fies (Financiamento Estudantil).​


A preocupação com a possibilidade de problemas se deve pela alta complexidade da aplicação do exame e com o histórico de falhas desde 2009.

No primeiro exame sob o governo Bolsonaro, milhares de candidatos receberam notas erradas após um problema na gráfica que imprimiu as provas naquele ano. Candidatos foram impedidos de fazer a prova na última edição por lotação de salas.


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