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Conheça a história do cientista baiano desenvolvedor de vacina

04 mai 2020 às 17:45

A educação possibilita transformações na vida das pessoas. A prova vem do interior da Bahia, no município de Tucano, cidade com menos de três mil habitantes. De lá para a linha de frente da Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus. Integrando a equipe de cientistas do Incor (Instituto do Coração), em São Paulo, que busca desenvolver a vacina brasileira contra o coronavírus, o imunologista Gustavo Cabral de Mesquita, 38 anos, era feirante e viu a vida melhorar quando se dedicou aos estudos.

O cientista Gustavo carrega a bandeira da educação e da ciência como valores que o motivaram a mudar o direcionamento da sua vida, embora isso não tenha começado muito cedo em sua trajetória.


"Eu trabalhava na feira, vendia geladinho, frutas, como coco e manga. Aos 15 anos, resolvi sair de casa e fui morar em Euclides da Cunha, cidade próxima a Tucano. Lá eu comecei a trabalhar no açougue, fiquei quatro anos trabalhando nisso e não conseguia continuar os estudos. Parei três anos de estudar, começava e não continuava”, recorda.


Porém, Gustavo passou a reparar algo em comum nas pessoas que ele considerava ter algum sucesso na vida: os estudos. A partir daí, vendeu o que tinha e passou a se dedicar somente a isso. Com o dinheiro, pagou os anos finais no ensino médio e um pré-vestibular.


JORNADA ACADÊMICA


Primeiro de quatro filhos a ingressar no ensino superior, Gustavo escolheu estudar Ciências Biológicas, na Uneb (Universidade do Estado da Bahia), Campus Senhor do Bonfim. Graças ao incentivo de uma bolsa de pesquisa, após a graduação, veio o mestrado em Imunologia em Salvador, na UFBA (Universidade Federal da Bahia). E não parou por aí.


Em São Paulo, fez doutorado com o mesmo tema na Usp (Universidade de São Paulo). No exterior, seguiu com os estudos na Universidade de Oxford, na Inglaterra, além de também estudar em Portugal e na Suíça.


Em seu currículo, Cabral tem, entre inúmeras realizações, o desenvolvimento de uma vacina, ainda em modelo animal, contra o Zica vírus.


VALORIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO E CIÊNCIA


Além de seguir na luta contra o coronavírus, em seus posicionamentos, Gustavo sempre defende o incentivo à educação e ciência como possibilidade para que inúmeros outros jovens possam mudar a sua realidade, trazendo retorno para a sociedade.

"O caminho para as uma das maiores revoluções na vida das pessoas que não têm condições de vida muito boa é invadir os espaços universitários. Isso promove uma transformação enorme. Tudo muda quando olhamos para os centros universitários e pensamos "aqui também é o meu lugar”, reflete o cientista.


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