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TEA

Crianças com autismo podem frequentar escolas regulares

Débora Mantovani - Estagiária*
02 abr 2021 às 11:48
- Divulgação
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Desde 2012, a Lei N° 12.764, sancionada pela então presidente Dilma Roussef (PT), assegura que os alunos com TEA (Transtorno do Espectro Austista) devem poder frequentar instituições de ensino regulares. A professora e mestra em educação Francielle Zambon comenta sobre a convivência das crianças com autismo com os demais alunos. "É necessário, primeiramente, entendê-los como crianças que vão aprender, como todos os outros, porém num ritmo adequado às suas necessidades”, relata.


Zambon destaca a importância de observar as particularidades de cada aluno com autismo, uma vez que o espectro é amplo. "Nós, professores, temos nos especializado, temos participado de cursos, buscamos sempre conhecer cada criança mais intimamente e ter contato com a família", declara. "Têm crianças com TEA que acompanham perfeitamente o mesmo conteúdo apresentado à turma, já outras precisam de adaptação, inclusive com o auxílio de um professor de apoio ao seu lado para revisar as atividades", conta. "Essa interação nas escolas regulares ajuda na modulação comportamental, a entender o que elas sentem e como se expressar, e é um ganho muito grande", afirma.

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A dona de casa Vanilsa Waltmann, mãe do Matheus, que está no espectro, percebe que o aprendizado se estende também às crianças que não tem TEA. "Para a criança com autismo, o ensino regular ajuda com a socialização, até porque, algumas vezes, o aprendizado ocorre pela imitação dos demais. Mas a inclusão também permite às demais crianças aprender a conviver e respeitar os 'diferentes'", explica. Ela observa um grande esforço dos professores para inserir Matheus na escola, e destaca o acolhimento das outras crianças da turma. "Quando ele tentava se isolar, algumas crianças sempre o procuravam para incluí-lo nas brincadeiras e atividades”, comenta.

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Márcia, que pediu para não ter seu nome verdadeiro identificado, e tem um filho com autismo matriculado na rede municipal, teve experiências semelhantes. "Os professores se dedicam, seja criando um ambiente propício à melhora da comunicação e que potencializa a criatividade e autonomia, seja na conscientização dos outros alunos ao abordar conceitos como a diversidade”, descreve.

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Gabrielle Hisnauer, mãe do Bernardo, que está no espectro do autismo, entretanto, observa que há escolas nas quais ainda não existe tanto conhecimento sobre o tema. "A inclusão nas escolas existe sim!”, aponta. "Porém, há muitos colégios que usam isso como um 'chamariz': 'somos uma escola de inclusão, cristã e que visa o melhor aprendizado para a vida de seu filho'", exemplifica. "Existe uma diversidade enorme entre os autistas, um pode ser hiporreativo, que necessita mais do toque, brincadeiras mais intensas, etc., enquanto o hiperreativo gosta mais de brincar sozinho e é sensível a barulhos", explica.


Márcia confirma que ainda há espaço para melhoras. "Minha percepção é de que as escolas não dispõem dos necessários recursos humanos. Por isso, penso que a legislação deve vir acompanhada de políticas públicas voltadas à concretização dos direitos nela previstos”, reivindica. "A isso, some-se a educação continuada e adequada capacitação dos professores, bem como adaptação curricular”, pontua.


A professora Francielle Zambon reitera que a educação, de maneira geral, precisa ser tratada com mais respeito pelo governo. "As escolas necessitam de ajuda na sua infraestrutura, nas questões pedagógicas, com materiais adequados, recursos tecnológicos”, aponta. "Nós também, professores, precisamos de tempo, de espaço para pesquisa, para estudar também esses casos particulares que chegam até nós”, informa.

*Sob supervisão de Larissa Ayumi Sato.


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