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Currículo Lattes passará a ter nova seção para indicar período de licença-maternidade

Redação Bonde com Folhapress
08 abr 2021 às 16:01
- Reprodução/Pixabay
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O currículo público e obrigatório para todos cientistas do Brasil, o Lattes, terá um campo a mais nos próximos dias. Ao lado de informações sobre produção bibliográfica e participação em congressos, por exemplo, pesquisadoras mulheres também poderão preencher uma área nova indicando períodos de licença-maternidade.


A nova seção, chamada "Licenças", poderá ser preenchida opcionalmente por pesquisadoras mulheres a partir do dia 15 de abril.

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A criação dessa área é uma demanda antiga de cientistas brasileiras, intensificada há alguns anos anos. Foi uma das principais propostas levantadas no primeiro Simpósio Brasileiro sobre Maternidade e Ciência, que aconteceu em Porto Alegre em 2018.
De lá, saiu a campanha #maternidadenolattes. Também partiu do evento uma série de conversas sobre a questão da licença-maternidade nos currículos com o CNPq, agência federal de fomento à pesquisa científica, ligada ao Ministério da Ciência, que administra o Lattes.

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O currículo Lattes compila mais de sete milhões de currículos, atualizados regularmente por pesquisadores profissionais de todo o país e por cientistas em formação na pós-graduação -nesse último caso, mais da metade dos matriculados (54,5%) são mulheres.

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Os dados do Lattes dão base a decisões importantes na área científica no Brasil. Programas de pós-graduação e agências públicas de fomento à ciência, por exemplo, se baseiam nas informações do Lattes para escolher quem será aprovado em um processo seletivo.


O Lattes também é usado em concursos públicos para pesquisadores e docentes em universidades e institutos de pesquisa e, constantemente, na promoção de carreira desses profissionais.

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A questão é que atualmente o currículo Lattes das cientistas que tiveram filhos têm pausas descontextualizadas na sua formação e produção acadêmica, o que pode ser muito prejudicial nas avaliações. Na prática, são quedas de produção científica sem "causa" aparente. Por causa disso, algumas cientistas mulheres que tiveram filhos passaram a trazer a informação de maneira improvisada no texto de abertura dos seus currículos Lattes (uma espécie de resumo, de autoria própria).


O início do Lattes da bióloga Fernanda Staniscuaski, da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), por exemplo, informa que ela trabalha com aquaporinas de plantas e que fez estágio de pós-doutorado na Universidade de Toronto (Canadá). Conclui assim: "mãe de três filhos, esteve em licença-maternidade em 2013, 2015 e 2018."

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Staniscuaski é uma das criadoras do projeto brasileiro Parent in Science (do inglês, Parentalidade na Ciência), movimento que surgiu para debater a paternidade e, claro, a maternidade entre cientistas no Brasil- e que organizou o simpósio sobre maternidade e ciência de 2018.


Ela, inclusive, é citada nominalmente pelo CNPq em nota enviada à Folha sobre a nova área do Lattes: "Essa evolução tem o objetivo de atender a demandas de representantes da comunidade científica e de instituições parceiras, sobretudo do Movimento Parent in Science, coordenado pela pesquisadora.

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Internamente no CNPq, a inclusão do campo licença-maternidade no Lattes foi encabeçada pela diretora de Cooperação Institucional, Zaira Turchi, e pela diretora de Engenharias, Ciências Exatas, Humanas e Sociais, Adriana Tonini.


Nenhum outro país compila currículos atualizados de todos os seus cientistas como acontece no Brasil, o que, inclusive, faz do Lattes uma iniciativa de sucesso mundial.

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Mas instituições importantes como o NIH (Instituto Nacional da Saúde dos EUA) solicitam, em seus processos seletivos, que cientistas expliquem questões pessoais que possam ter levado a interrupções momentâneas ou a quedas de produção científica em seus currículos. Isso inclui períodos que vão além da licença-maternidade, como as licenças de saúde.


De acordo com o CNPq, a nova área de "Licenças" no Lattes deve ser expandida no futuro para abrigar outras formas de afastamento e de interrupção na formação e na produção científica. Há demandas sobre isso em avaliação.

"De uma maneira mais ampla, temos de discutir períodos de intervalos na carreira", diz Staniscuaski. "Elas acontecem por uma série de razões e devem ser consideradas."


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