O Dia do Estudante foi marcado em Londrina por um ato organizado por entidades estudantis para levantar temas em debate na educação estadual e no país. A contração do movimento chamado “Londrina pela Educação” foi convocada pela ULES (União Londrinense dos Estudantes Secundaristas) com a presença de dezenas de alunos do ensino médio e superior no calçadão (centro).
A mobilização é contra o novo ensino médio e a militarização das escolas com críticas direcionadas ao modelo de escolas-cívico militares implementado no Paraná desde a primeira gestão do governo Ratinho Junior (PSD) e que foi extinto pelo atual governo Lula como política educacional do MEC (Ministério da Educação).
Para Randher Lima, aluno do curso técnico de Biotecnologia do IFPR (Instituto Federal do Paraná), as escolas cívico-militares vão contra a nossa perspectiva de gestão democrática das escolas. "As escolas públicas por regra têm as escolhas de diretores, as escolhas dos representantes e é participativo a gestão pública. Com as cívicos-militares, são apenas nomeados os militares que vão ocupar os cargos de diretores nas escolas e os estudantes, pais e professores ficam privados de escolher quem pode ser o diretor do filho, quem vai ser o diretor para os próximos anos na escola."
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O estudante avalia que a presença de militares da reserva na gestão escolar é apenas paliativa e não soluciona o cerne da problemática de ataques às instituições, como o que ocorreu no final de junho no Colégio Helena Kolody em Cambé (Região Metropolitana de Londrina), deixando duas vítimas. "Eles veem as cívico-militares elas veem como uma medida paliativa. As questões da segurança nas escolas poderiam ser trabalhadas de uma outra forma como, por exemplo, o acompanhamento psicológico. Só que é mais barato pra eles só colocar militar lá e falar que tem segurança na escola do que fazer esse acompanhamento antes da problemática acontecer."
Outra pauta que foi alvo de atenção dos estudantes é o anúncio do congelamento de R$ 332 milhões pelo MEC (Ministério da Educação), na última sexta-feira (4), de recursos que seriam destinados a projetos de alfabetização e pagamentos de bolsas.
Os estudantes também são críticos a reforma do ensino médio. "No ensino médio anterior, tínhamos aulas de artes, de sociologia, de filosofia e educação física em todos os anos do ensino médio. Agora com a reforma, essas aulas foram diminuídas. Somente em alguns anos que elas são ministradas. E colocaram outras matérias que não têm muito sentido, elas não dão uma direção clara. A gente tem "Pensamento computacional", "Qualidade de Vida", alguma coisa nesse sentido. São matérias vagas, que só estão ocupando carga horária e deixando o estudante de ter um amplo conhecimento dessas matérias que continuam fazendo um papel fundamental na formação da pessoa coesa", completou o líder estudantil.
Para o ato no calçadão, a ULES convocou 17 grêmios estudantis e contou com o apoio da APP-Sindicato com distribuição de panfletos, fala de universitários e secundaristas e passeatas pelo centro da cidade.