Pesquisar

Canais

Serviços

Publicidade
Fraude no Enade

Imagem do Inep não pode ser maculada por instabilidade e interferência, diz carta de servidores

Redação Bonde com Folhapress/Paulo Saldaña
11 mai 2021 às 14:47
- Portal Inep
siga o Bonde no Google News!
Publicidade
Publicidade

Servidores do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais) publicaram na segunda-feira (10) uma carta em que afirmam que a imagem pública do órgão não pode ser maculada por instabilidade administrativa e interferências.


O texto faz referência a reportagens do jornal Folha de S.Paulo que revelaram interferência do ministro Milton Ribeiro (Educação) relacionada a uma denúncia de fraude no Enade e veto, por parte do Inep, à publicação de um artigo de um pesquisador do órgão.

Cadastre-se em nossa newsletter

Publicidade
Publicidade


"O Inep é patrimônio da educação brasileira. Sua imagem pública não pode ser maculada pela instabilidade administrativa e a interferência deliberada em rotinas consolidadas no Instituto", diz a carta da Assinep (Associação de Servidores do Inep).

Leia mais:

Imagem de destaque
Ensino Superior

Brasil tem 22 graduações avaliadas entre as melhores do mundo, aponta ranking

Imagem de destaque
Saiba mais

Embratur terá 80 vagas em primeiro concurso após virar agência

Imagem de destaque
Conhecimento e diversão

Estudantes de Londrina e região marcam presença no Parque de Exposições

Imagem de destaque
Cerca de 80%

Concurso Nacional Unificado: maioria dos inscritos têm entre 20 e 44 anos


O comunicado diz que "mais uma vez o nome do Inep circula nos veículos jornalísticos nacionais com informações negativas sobre a atuação de sua alta gestão".

Publicidade


A entidade tem criticado a conduta do Inep sob o governo Jair Bolsonaro. Em abril, uma outra carta alertou sobre riscos de nomeações ideológicas no órgão.


Reportagem da Folha de S.Paulo desta segunda-feira mostrou que, apesar de investigação do Inep apontar evidências de fraude no Enade 2019 por parte de uma instituição presbiteriana, o ministro, que é pastor, atuou nos bastidores a favor dela. A fraude teria ocorrido no curso de biomedicina da Unifil, de Londrina (PR), a partir do vazamento da avaliação do ensino superior.

Publicidade


Ribeiro protelou o envio do caso à PF (Polícia Federal), recebeu os controladores da instituição em setembro passado, viajou ao local duas vezes (quando a investigação estava adiantada) e mandou o próprio secretário de regulação do MEC acompanhar pessoalmente a supervisão –que absolveu a instituição. O ministro ainda teria ameaçado de demissão caso o Inep mandasse o caso à PF.


Em fevereiro, Alexandre Lopes acabou demitido da presidência do órgão. Danilo Dupas Ribeiro, que era secretário de regulação e visitou a Unifil, foi nomeado para comandar o instituto.

Publicidade


"A Assinep considera graves as alegações e pede resposta urgente por parte dos dirigentes do Ministério da Educação e do Inep, a fim de que não se macule ainda mais a confiança da sociedade brasileira nos exames sob responsabilidade do Instituto", diz a carta sobre esse caso.


Em resposta à reportagem, o MEC afirmou que todo o processo foi técnico.

Publicidade


Na última quinta-feira (6), a Folha de S.Paulo mostrou que as lideranças do Inep barraram um artigo em uma publicação oficial do órgão. A pesquisa mostra evidências de melhoria em indicadores educacionais gerados pelo Pnaic (Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa), bandeira do governo Dilma Rousseff (PT).


O material estava desde 30 de abril liberado para a publicação pela área técnica, revisado por avaliador externo e diagramado. No dia da publicação, porém, a direção do Inep barrou o artigo e disse que criaria uma comissão editorial para reavaliá-lo.

Publicidade


A Assinep exige esclarecimentos. "Alterar abruptamente o processo de submissão dos TDs [Textos para Discussão, publicação onde sairia o texto], sem fundamentação técnica consistente, não pode ser uma alternativa em uma instituição como o Inep, especialmente quando não há transparência sobre qual será o novo procedimento e, ainda mais, se houver efeitos retroativo", diz a carta.


Ex-coordenadores do Pnaic de ao menos 19 universidades federais também divulgaram carta de repúdio sobre o veto à publicação do artigo. O grupo ainda levou na segunda (10) o caso para possível atuação do Ministério Público Federal.


Na mesma carta, os servidores afirmam que um decreto publicado na última semana alterando a estrutura organizacional do Inep não resolve "graves deficiências estruturais das áreas finalísticas e estratégicas do Instituto". A alteração também teria sido feita sem amplo debate entre os afetados.

Questionado sobre a carta e iniciativa dos coordenadores do Pnaic, o Inep não respondeu até a publicação desta reportagem.


Publicidade

Últimas notícias

Publicidade