O trabalho apresentado pela estudante do segundo ano do curso de Fisioterapia, do CCS (Centro de Ciências da Saúde) da UEL (Universidade Estadual de Londrina), Raquel Cunha Manço da Silva, é um dos cinco premiados no 8º Congresso Internacional em Saúde. O Congresso foi promovido de 18 a 21 de maio, no formato remoto, com o total de 980 trabalhos inscritos de diversas áreas da saúde.
O estudo intitulado "Sintomas persistentes relatados pelos residentes de Londrina infectados pela Sars-Cov-2: antes e após um mês do seu diagnóstico” foi desenvolvido com dados parciais do projeto de pesquisa "Avaliação clínica funcional e qualidade de vida de pacientes após 1, 2, 6 e 12 meses do diagnóstico de infecção por Sars-Cov-2 no município de Londrina-PR”. Este projeto é desenvolvido desde outubro de 2020, sob coordenação da professora Celita Salmaso Trelha, do Departamento de Fisioterapia, do CCS.
Raquel Cunha ingressou no projeto para aprender mais sobre a Covid-19. "É muito gratificante participar e ver que como nosso trabalho está sendo recompensando, como progredir progredir pessoal e profissionalmente”, afirma a estudante, que não esperava receber a premiação. Ela declara ainda que recebeu com surpresa a premiação. "Eu sabia que a equipe tinha se esforçado, que nosso projeto é valioso, mas não que entre todos esses trabalhos o nosso seria premiado”, diz.
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O estudo foi elaborado em conjunto com a estudante Nicolly Seret de Oliveira – também do segundo ano -, pelas professoras Celita Trelha, Larissa Laskovski Dal Molin e Josiane Marques Felcar, do Departamento de Fisioterapia, do CCS, e pela fisioterapeuta da Secretaria Municipal de Saúde de Londrina, Michelle Moreira Abujamra Fillis.
A professora Celita comemora a conquista. "Esse prêmio conquistado por estudantes do segundo ano do curso de Fisioterapia em um evento internacional, onde outros trabalhos premiados eram de pós-graduação, mostra a qualidade da nossa instituição”, defende a professora.
Resultados obtidos no projeto - Por meio de questionário, o projeto de pesquisa coletou informações de pacientes após 30, 60 e 180 dias do diagnóstico da Sars-Cov-2, para identificar os sintomas ainda presentes. "Em setembro iniciaremos a coleta após 12 meses”, adianta Celita.
Na primeira etapa, foram analisados 1.215 pacientes que responderam o questionário após 30 dias, com mediana de idade de 35 anos. Apenas 32,2% não relataram sintomas após o período. Já os demais pacientes informaram ter os seguintes sintomas persistentes: 27,9% fadiga, 19,8% perda de olfato, 18,8% cefaleia, 17,1% desânimo, 15,7% dores musculares e 13,9% perda de paladar, 13% tosse, e 10% dispneia.
Após 60 dias de diagnóstico, 503 pacientes responderam ao questionário, com mediana de idade de 35 anos. Do total, 58,1% relataram sintomas persistentes. Dentre os mais comuns estavam: fadiga (24.9%), desânimo (17,5%), perda de olfato (17,3%), cefaleia (14,1%) e dor no corpo (13,3%).
Dos 76 pacientes que responderam após 180 dias, 67,1% relataram ainda ter sintomas persistentes, entre eles: fadiga (25%), desânimo (17,5%), cefaleia (10,5%). Nesta terceira etapa, a mediana de idade foi de 34 anos.
Para a professora Celita Trelha, o reconhecimento de que o estudo está no caminho certo veio com a premiação. "Reforça que a pesquisa desenvolvida até agora contribui para o diagnóstico dos sintomas pós Covid-19 e é necessária para a implantação e implementação de estratégias de recuperação desses pacientes”, afirma.