Notícias

UEM: fezes contaminadas podem ser forma secundária de transmissão da Covid-19

10 abr 2020 às 16:30

O Grupo de Estudo de Evidências Científicas em Covid-19 da UEM (Universidade Estadual de Maringá) publicou recentemente um artigo sobre evidências da transmissão do coronavírus por meio das fezes e a sua possibilidade de contágio quando, ao fazer uso do banheiro, não realiza a correta higienização das mãos e toca boca, nariz ou olho.

Essa hipótese foi evidenciada a partir de estudo bibliográfico de dois artigos de cientistas chineses publicados há cerca de uma semana. No primeiro estudo foi avaliado a presença do material genético (RNA viral) do SARS-CoV-2 (nome científico do coronavírus) em amostras clínicas como secreção do nariz, garganta, saliva, traqueia e também fezes e urina. "Embora o RNA viral não possa ser detectado e cultivado após a terceira semana da doença, em alguns pacientes ele permanece detectável nas secreções respiratórias e nas amostras de fezes e urina por mais de 30 dias” explica Juliana Perles, docente do departamento de ciências morfológicas, uma das coordenadoras do Grupo de Estudo de Evidências Científicas em Covid-19.


Por outro lado, o segundo estudo mostrou um menor tempo de presença do coronavírus nas fezes, variando de 1 a 12 dias. Mas é importante destacar que 23,29% dos pacientes continuaram eliminando o vírus nas fezes mesmo depois de pararem de eliminar nas amostras respiratórias. "A continuidade do vírus nas fezes pode estar associado a presença do receptor ECA2, que representa uma forma de porta para que o vírus entre nas células do intestino”, destaca.


Juliana Perles ainda dá dicas de bons hábitos ao fazer uso de um banheiro público:


Usuário:


1) Se existirem áreas comuns no interior do banheiro, as pessoas devem manter a distância entre um usuário e outro de 2 metros;


2) Lavar as mãos adequadamente com sabão, antes e após o uso do banheiro;


3) Fechar a tampa do vaso sanitário e depois acionar a descarga;


4) Não tocar nas maçanetas das portas.


Obs.: se for tocar as maçanetas, que se seja de preferência com a mão não dominante ou com papel que possa ser jogado fora após o uso.


Estabelecimento:


1) Limpar constantemente o chão e os vasos sanitários com hipoclorito;


2) Realizar a desinfecção de pias e maçanetas com álcool 70º;

3) Deixar sempre disponível sabão e papel toalha descartável.


Continue lendo