O ministro da Educação, Abraham Weintraub, disse nesta terça-fera (11) que a divulgação do resultado do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) este ano foi alvo do que chamou de "chuva de fake news”. Convidado para explicar o problema ocorrido na CE (Comissão de Educação) do Senado, o ministro justificou por que não se pronunciou pessoalmente depois de identificado o problema. Weintraub disse que "em respeito à Justiça, que estava avaliando o que houve”, preferiu ficar em silêncio sobre a correção do Enem.
Aos senadores, o ministro da Educação disse que o erro se deu na gráfica na hora da impressão. Para ele, o mesmo problema pode ter acontecido em outras edições do Enem sem que ninguém ficasse sabendo. "Não dá pra afirmar [sobre ter acontecido o mesmo erro no passado] nem que sim, nem que não, mas esse tipo de processo pode ter acontecido no passado."
INCONSISTÊNCIA NO ENEM
Leia mais:
Número de matriculados na Educação de Jovens e Adultos cai 75% no Paraná
Após prorrogação do MEC, inscrições para vagas remanescentes do Fies terminam nesta segunda
Paraná publica resolução com regras de consulta do Parceiro da Escola
Paraná inicia entrega de kits de materiais que atenderão alunos da rede estadual em 2025
Segundo o ministro, ao interagir com internautas logo após a divulgação do resultado do Exame, ele mesmo percebeu que havia uma inconsistência no segundo dia de prova e alertou o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira). Os erros, ressaltou o ministro, foram corrigidos antes da abertura das inscrições do Sisu (Sistema de Seleção Unificada). Weintraub afirmou que todos os gabaritos dos mais de 5 milhões de inscritos foram checados e rechecados várias vezes utilizando os quatro gabaritos existentes e que, por isso, nenhum estudante foi prejudicado.
Weintraub também disse aos senadores que as pessoas que procuraram o MEC para reclamar de problemas no exame foram divididas em três grupos: o primeiro formado por "militantes, que se faziam passar por um aluno, entravam colocando terror na rede, e a gente descartava". De acordo com o ministro, outro grupo era formado por pessoas "que não estavam entendendo o processo, e nós orientamos". O terceiro grupo, segundo ele, "foi o de alunos que foram mal, mas disseram que 'a culpa era do Weintraub'. Os pais nos procuraram, nós checamos as provas e vimos que haviam tirado a nota mesmo".
De acordo com o ministro, 5,1 mil estudantes – excluindo os treineiros – foram atingidos. "Estatisticamente o impacto foi irrelevante, mesmo assim o MEC entrou com um processo administrativo contra a gráfica." Abraham Weintraub acrescentou que já foi aberto novo processo de licitação para a contratação de uma nova gráfica para a realização do exame de 2020.