A ONG Docê (Diversidade, Orgulho, Cultura e Entretenimento) - entidade responsável pela organização da parada LGBTQIAP+ de Londrina - promove, no próximo sábado (28), a venda de feijoadas com o objetivo de arrecadar os fundos necessários para a realização da edição de 2025 do evento. Com opções de retirar as marmitas para viagem ou reservar uma mesa - a partir de quatro pessoas - e comer no local, a "Feijoada da Parada" irá ocorrer no Bar do Tobias (Rua Montese, 306), com início às 11h30.
Os interessados em fazer as reservas poderão enviar um PIX, no valor de R$ 35,00 para o CNPJ da ONG (59.655.460/0001-09) e o comprovante de pagamento para o contato de telefone (43) 99985-1686. Informando o nome e a quantidade de feijoadas desejadas. Segundo o presidente da ONG Docê, Guilherme Pinho, como a ação será no Dia Internacional da causa, a "Feijoada do Orgulho" é uma iniciativa focada em "angariar fundos", pois esta é a maior dificuldade enfrentada para conseguir "colocar o evento na rua", informou o presidente em entrevista ao Portal Bonde.
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"Estamos estudando outros calendários e outras festas para nossa comunidade, como fizemos no ano passado com algumas boates parceiras. Mas temos essa questão de buscar patrocínios, de empresas e apoiadores que nos ajudem a financiar a Parada. [Por exemplo], o Bar do Tobias é um apoiador, que disponibilizou o local para essa nossa feijoada", esclareceu.
Sem uma meta de arrecadação total definida ainda, Pinho destacou que, no momento, os organizadores ainda estão na fase de formulação do orçamento, separando "o que vai ser remunerado ou não" e "quantos voluntários participarão" - fator que reduz o investimento final.
Data e local ainda incertos
Em relação a edição de 2025 da Parada LGBTQIAP+ de Londrina, tanto o local quanto a data ainda seguem em fase de planejamento. Há apenas uma previsão de que o evento ocorra ao final do ano, no "encerramento do segundo semestre", projetou Pinho. Entendendo o valor da visibilidade em uma manifestação como esta, a ONG Docê mostrou-se ciente do caráter simbólico e político que a Parada carrega, pontuando que estão na busca de um "local com bastante visibilidade". Porém, devido ao aumento de sua proporção, detalhes como segurança e logística entram em cena.
"Em primeiro lugar, [nos preocupamos] com a segurança do nosso público. Mas, se tratando de um evento que já é considerado de grande porte, temos que ter essa atenção, assegurando uma estrutura que permita todo mundo festejar e fazer sua reivindicação, de forma segura", relatou o presidente.
Ainda sem apoio da prefeitura
Revelando o caráter independente do evento, o organizador ressaltou que está nos planos da ONG construir um diálogo com o poder público, informando os órgãos competentes sobre a manifestação, garantindo assim a legitimidade da ação.
"É extremamente importante ter esse diálogo [com a prefeitura], precisamos informar a Secretaria de Trânsito e alinhar com os órgãos competentes. Toda manifestação política precisa buscar esse dialogo", pontuou.
Mas, quanto a um apoio mais direto, o presidente reforçou o desejo do projeto em conquistar essa parceria pública, com edições passadas tendo sido beneficiadas pelo Promic (Programa Municipal de Incentivo à Cultura), inclusive.
"Sempre tentamos alguns tipos de tratativas institucionais, mas o evento sempre ocorreu de forma mais independente. Nas outras edições, o apoio era muito simbólico com a prefeitura. Algumas conseguimos participar do Promic, o edital de cultura da cidade. Mas, para essa próxima [de 2025], estamos levantando o evento de forma independente da prefeitura e do municipio", relatou.
Parada girando a economia
Para além de atrair os holofotes à comunidade LGBTQIAP+, o município de Londrina é também beneficiado economicamente, de acordo com a visão do presidente da ONG Docê. Pois, este é um "evento que contribui bastante para a cultura e economia local", movimentando a “rede hoteleira, bares, restaurantes e diversos empreendedores autônomos, que aproveitam da oportunidade para fazer um extra", explicou.
Soma-se aos casos citados, o emprego direto que a manifestação promove, desde a parte estrutural - com palcos, por exemplo - até a segurança do evento. Nesse contexto, mesmo que "algumas pessoas não queiram reconhecer, sabemos a importância da Parada para Londrina", reforçou Pinho.
Expectativa de crescimento
Com edições passadas chegando a, aproximadamente, 25 mil pessoas, a projeção dos organizadores é de que esse número aumente para 30 mil na edição de 2025. Como este levantamento numérico é ainda superficial e impreciso, há um desejo por parte da ONG Docê de construir uma parceria "mais concreta" com universidades, desenvolvendo estudos baseados em "metodologia científica", expressou o presidente.
"[As edições passadas] foram ótimas. Em cada uma delas nosso público vai aumentando e, [junto com isso], melhoramos também nossa organização, nos tornando uma referência para o Norte do Paraná. Em nossas estimativas temos muito potencial para chegar a 30 mil pessoas. Mas, como não temos esse estudo [preciso], estamos buscando universidades que nos apoiem a trazer essas informações. Assim, podemos publicizar [esses dados] e fazer uma prestação de contas à comunidade", almejou Pinho.
Sobre a ONG Docê
Nascida no final do ano passado, a organização foi fundada visando atender questões de "diversidade, orgulho, cultura e entretenimento focando na comunidade LGBTQIAP+" e "grupos em situação de vulnerabilidade social", formalizando o coletivo que organizava a Parada do Orgulho em Londrina desde 2017, detalhou o presidente. Neste novo formato, questões como: "conseguir apoio com marcas, entidades e secretarias (municipais, estaduais e federais)" ou "produzir eventos de arte, cultura e entretenimento" são facilitadas ao se estruturar em uma organização, conclui Pinho.
*Sob supervisão de Guto Rocha
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