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Marília Mendonça cantou a sofrência como ninguém; relembre sua trajetória

Lucas Brêda - Folhapress
05 nov 2021 às 20:20
- Reprodução/Instagram
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Marília Mendonça, que morreu na tarde desta sexta-feira (5), aos 26 anos em um trágico acidente de avião, foi uma das mais completas e talentosas artistas da música brasileira contemporânea. A trajetória da cantora, que despontou nacionalmente como um furacão há menos de cinco anos, está repleta de quebra de paradigmas.


Conhecida como a rainha da sofrência, Mendonça cantou o sofrimento por amor como ninguém antes dela. Foi a principal voz do feminejo, uma vertente do sertanejo em que as mulheres são protagonistas, ao lado de Naiara Azevedo, Simone e Simaria e Maiara e Maraísa. Nos últimos anos, ela se tornou uma das cantoras mais ouvidas do país, dona de hits como "Infiel", "Todo Mundo Vai Sofrer", "Ciumeira", "Bebi Liguei", "Supera" e "Graveto", entre outras.

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Nascida em 1995 em Cristianópolis, em Goiás, mas criada na capital Goiânia, Marília Mendonça começou a carreira há cerca de dez anos, ainda adolescente, como compositora, sendo gravada por gigantes do sertanejo como Jorge e Mateus e Henrique e Juliano. Seu primeiro EP, já como cantora, saiu em 2015, revelando ao Brasil o hit "Infiel", que foi uma das músicas mais ouvidas de 2016.

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Dali em diante, sua popularidade só cresceu, e no ano seguinte, aos 22 anos, ela se tornou a artista mais ouvida do país. Mendonça cantava a traição e o sofrimento por amor do ponto de vista feminino. "Não ia adiantar passar por um sofrimento, ser traída ou trair, e cantar sobre o príncipe encantado", ela disse ao jornal Folha de S.Paulo em 2017.

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"Infiel", música que colocou Mendonça no mapa, foi inspirada por uma tia da cantora que havia sido traída pelo marido. Ao contrário do que era mais comum com as mulheres no sertanejo, a cantora buscava cantar o que chamava de "realidade" dos relacionamentos –ou seja, não aqueles que deram certo, mas os que deram errado.


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Uma das ideias de Mendonça era levar sua música a todo o país. Entre 2018 e 2019, ela gravou shows em gratuitos em praças públicas de todas as capitais do Brasil, reunindo centenas de milhares de pessoas. As gravações resultaram em seu quarto álbum ao vivo, "Todos os Cantos", puxado pelo hit "Ciumeira", faixa que tem uma das frases mais marcantes de suas músicas –"a verdade é que amante não quer ser amante".

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Em outra música do álbum, "Bebaça", ela dividiu os microfones com a dupla Maiara e Maraísa, cantando sobre amigas que beberam demais numa noitada. As bebedeiras são temas recorrentes no sertanejo, mas historicamente nas músicas eram reservadas a eu-líricos masculinos.


"Supera", assim como "Bebaça", traz um diálogo entre amigas, e Mendonça se posiciona como uma conselheira. "Para você isso é amor, mas para ele isso não passa de um plano B [...] Ele está fazendo de tapete o seu coração/ Promete pra mim que desta vez você vai falar 'não'. De mulher pra mulher, supera."

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Com Maiara e Maraísa, Mendonça comandou o projeto Patroas, um marco do feminejo, reunindo algumas das cantoras mais relevantes da vertente. O trio lançou um álbum em 2020 e recentemente havia acabado de anunciar uma turnê nacional para o pós-pandemia e um novo disco, chamado "Patroas 35%".

No ano pandêmico de 2020, ela teve a live mais assistida do planeta, superando o grupo coreano BTS e o tenor italiano Andrea Bocelli, além de sertanejos como Jorge e Mateus. Os números não surpreendem, já que Mendonça estava acostumada a colecionar centenas de milhões de visualizações em suas músicas e estar com frequência nas listas de mais tocadas do país.

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Ao longo dos anos, Mendonça foi compondo menos e se dedicando mais ao canto, que ela também dominava com maestria. Sua voz é a mais marcante da música sertaneja nos últimos anos, e uma das mais reconhecidas de toda a música brasileira contemporânea.

Em 2018, ela escreveu e gravou "Cuidando de Longe", faixa em que divide os vocais com Gal Costa, fã declarada da cantora. Além de duplas sertanejas como Simone e Simaria, Zé Neto e Cristiano e Jorge e Mateus, ela também gravou com diversos artistas de outros gêneros, como Ivete Sangalo, Tierry, Leo Santana, Xamã e Péricles, entre outros.

Entre 2019 e 2020, Marília Mendonça se casou com o também cantor e compositor Murilo Huff, com quem teve seu único filho, Leo, que em dezembro deste ano completa dois anos de idade.


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