Filmado no cenário agreste da Chapada dos Viadeiros, no Brasil profundo de Goiás, um filme pobre na aparência exterior mas extremamente rico em ideias bem resolvidas, o western caboclo “Oeste Outra Vez” fez a festa da plateia no Palácio dos Festivais na terceira noite da mostra competitiva do 52º Festival de Cinema de Gramado, com direito à efusiva adesão durante o concorrido debate na manhã do dia seguinte.
Trata-se de uma trama existencial envolvendo homens brutos incapazes de amar as mulheres que fazem ou fizeram parte de suas vidas. Sem saber nem de longe como lidar com sua afetividade embutida, eles se voltam uns contra os outros, a partir da única fórmula de convivência que conhecem: a violência.
Minimalista na forma, que no entanto se abre para os espaços abertos da natureza quando os apelos viscerais da tragédia se tornam irrefreáveis, “Oeste Outra Vez” se agigante na dramaturgia e cobra dos personagens explicações sobre seus atos intempestivos que revelam a falência de sua emoções.
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Dois homens, Totó e Durval (Angelo Antônio e Babu Santana), primeiro trocam socos e pontapés no meio da rua poeirenta por causa de uma mulher que eles disputam (Tuanny Araujo), mulher aliás que só é vista na cena inicial do filme e mesmo assim de costas.
Tristes, amargurados e vulneráveis, a dupla de machos, abandonados pela mulher, não sabem fazer qualquer outra coisa senão beber e pensar em meios e maneiras de se livrarem um do outro.
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