Pouca gente sabe, mas a capital paranaense também tem a guarda de um super-herói, assim como Gothan City e Metropolis. Ele é conhecido como O Gralha, uma referência ao passarinho que come pinhão (ou enterra para comer, mas depois esquece). Na verdade, estamos falando de histórias em quadrinhos.
O Gralha teve suas histórias de meia página publicadas durante dois anos (de 1998 a 2000) em um semanário local. Elas foram reunidas em um álbum de luxo pela Via Lettera Editora, de São Paulo. São 112 páginas encadernadas no formato 22 x 28 cm.
Por incrível que pareça, a iniciativa foi da própria editora. Os artistas do Núcleo Estúdio Gráfico (responsável pelos quadrinhos do Gralha) estavam trabalhando tranqüilamente em suas pranchetas, quando chegou um telefonema. Era um funcionário da Via Lettera Editora, de São Paulo, interessadíssimo em (re) publicar o super-herói.
"Nós, quadrinistas e ilustradores com quase 30 anos de idade, não nos damos muito bem com computador. Somos mais íntimos do papel. Mas temos que dar o braço a torcer para a Internet desta vez. Foi graças a ela que os editores conheceram O Gralha e nos procuraram", atesta Antonio Éder, do Núcleo Estúdio Gráfico.
O surgimento do Gralha é bem mais antigo do que se imagina. Era publicado no início dos anos 40 pelo desconhecido Francisco Iwerten. Na época, era conhecido como Capitão Gralha, um extra-terrestre foragido do planeta dos homens-alados, dominado pelo terrível Thagos. Encontrou refúgio na Terra, onde usou seus poderes alienígenas para combater o crime no Paraná.
Foram publicados apenas dois números de sua revista, num curto período de tempo. Em 1997, o herói foi ressuscitado em uma edição especial da extinta revista Metal Pesado, que comemorou os 15 anos da Gibiteca de Curitiba. Os responsáveis pelo feito foram o roteirista Gian Dantou e os quadrinistas José Aguiar, Antonio Éder, Luciano Lagares, Tako X, Alessando Dutra, Nilson Müller, Augusto Freitas e Edson Kohatsu.
O visual do herói foi todo reformulado em decisão unânime. Afinal, nos dias de hoje, um homem alado com um "G" estampado no peito e bigodinho não seria bem visto. Optou-se por por uma visão mais atual de bem-feitor. Seus arqui-inimigos também ganharam nomes que fazem referências locais: Dr. Botânico, Polaquinha, Araucária, Café Expresso, Biscuí do Mato, Pivete Cybertécnico, Homem Lambrequim, Bagre Humano e O Craniano.
Os exemplares estão à venda por R$ 22,00.
Serviço:
Informações: (41) 232-5367