Pesquisar

Canais

Serviços

Publicidade
Boca a Boca

Doença transmitida pelo beijo aterroriza cidadezinha conservadora em nova série

Leonardo Sanchez - Folhapress
15 jul 2020 às 14:53
- Divulgação
siga o Bonde no Google News!
Publicidade
Publicidade

Em meio à atual pandemia de coronavírus, muita gente tem sentido falta do contato físico tão presente no dia a dia. Apertos de mão, abraços e beijos foram suspensos até que a crise sanitária causada pela Covid-19 esteja controlada. Indo para a ficção, beijos também não devem ser recomendados na cidade de Progresso, onde se passa a mais nova série nacional da Netflix, "Boca a Boca". Por lá, a eclosão de uma doença misteriosa também ameaça o mundo como o conhecemos.

Criada por Esmir Filho, de "Alguma Coisa Assim" e "Os Famosos e os Duendes da Morte", a trama acompanha um grupo de adolescentes dessa fictícia cidadezinha, que da noite para o dia vê seus jovens serem contaminados por um vírus transmitido de boca em boca -e que desencadeia consequências muito mais graves que o sapinho. Mas o grande vilão da trama, como os seis episódios que estreiam nesta sexta-feira (17) devem revelar, não é tão microscópico assim.

Cadastre-se em nossa newsletter

Publicidade
Publicidade



Na verdade, os mocinhos da série lutam contra algo intangível: o conservadorismo latente de Progresso (um município que de progressista não tem nada), que contamina sua população e instituições de forma arrebatadora. "'Boca a Boca' não é exatamente sobre uma doença, mas sobre como, diante desse cenário de crise, as relações humanas e as relações que temos com nossos corpos se transformam", diz Filho. "É uma metáfora do ser adolescente, do experimentar, do correr atrás das suas vontades. A doença é só o ponto de partida para isso."

Leia mais:

Imagem de destaque
Ingressos por R$ 10

Produzida em Londrina, série 'Dramaturgias' estreia no Villa Rica neste sábado

Imagem de destaque
Debate político

Série 'Bom Dia, Verônica' ataca o conservadorismo em sua 3ª e última temporada

Imagem de destaque
Mariangela Hungria

Série sobre mulheres na ciência tem pesquisadora da Embrapa de Londrina

Imagem de destaque
Veja os indicados

'Succession' lidera indicações no SAG, prêmio do sindicato dos atores


E é graças a esse surto infeccioso que os protagonistas adolescentes vão se impor contra os olhares preconceituosos e intolerantes que julgam seu estilo de vida. "A ideia partiu desse meu universo sobre jovens, suas descobertas e o corpo, que são temas sempre presentes nos meus trabalhos", diz o criador da trama. De acordo com Filho, "Boca a Boca" é uma resposta à crescente onda de conservadorismo que tem tomado o Brasil e o mundo. É uma série que levanta a voz contra o moralismo -"sem erguer bandeiras, mas dizendo que diferentes formas de desejo são possíveis".

Publicidade


À medida em que o medo e as restrições causados pelo vírus fictício aumentam, a série traça um paralelo com as proibições originadas pelas mentes retrógradas que estão cada vez mais em evidência no cenário político global. A missão de encarnar esse conservadorismo ou de lutar contra ele ficou a cargo de nomes como Denise Fraga, Grace Passô, Bruno Garcia e Caio Horowicz, de "Califórnia" e "Hebe: A Estrela do Brasil", que vive um dos protagonistas.


"'Boca a Boca' é a história do vírus do conservadorismo, do retrocesso, e da árdua batalha que se trava contra ele. É a história de uma juventude que vem com o pé na porta, dizendo que existem atitudes que não são mais toleráveis. Atitudes que consomem tanto a vida até que invadem os corpos, as entranhas, o sangue", resume o ator de 24 anos. A realidade de Alex, seu personagem, é uma boa síntese das forças antagônicas que dão forma à história de Esmir Filho: o adolescente é vegano, mas filho do pecuarista mais poderoso de Progresso. O embate entre ele e "seu velho" é só um exemplo do que torna "Boca a Boca" muito mais do que uma série centrada numa epidemia.


Para Horowicz, a trama encontra ressonância entre os adolescentes do mundo real ao mostrar "uma juventude que sente a urgência de viver o seu limite enquanto, ao mesmo tempo, se vê encurralada pelas fronteiras de um aparelho reacionário".
Mas a pouca idade não é condição para que o público se envolva com Alex e os outros protagonistas. Filho destaca que, de fato, "Boca a Boca" tem uma "pegada jovem" -mas sua história se abre para temas que extrapolam gerações. "A gente quer principalmente passar uma mensagem sobre afeto", resume.

BOCA A BOCA
Quando Estreia na Netflix nesta sexta-feira (17)


Publicidade

Últimas notícias

Publicidade