Cotas para negros na produção audiovisual brasileira. A proposta foi apresentada à secretária Especial de Promoção da Igualdade Racial, ministra Matilde Ribeiro, por um grupo de oito artistas negros.

Segundo o ator Antonio Pitanga, a idéia é que se tenha pelo menos 30 por cento de artistas e técnicos afro-brasileiros nas produções de cinema e televisão. Eles propuseram também que 30 por cento do patrocínio dado por empresas estatais sejam destinados a obras com uma visão multirracial. "As cotas para negros na produção audiovisual são uma questão de vida e de reconhecimento do que já fizemos", defendeu Pitanga.

Segundo Matilde Ribeiro, as propostas serão discutidas num próximo encontro com os artistas, marcado para 8 de setembro, e servirão de base para a elaboração de uma política racial e cultural que deverá ser anunciada pelo presidente Lula em 20 de novembro, Dia Nacional da Consciência Negra. "Esse grupo de artistas que esteve aqui catalisa um anseio muito antigo não só dos artistas negros, mas também do movimento anti-racismo no Brasil, e indiretamente de toda a população negra", disse a ministra, que reafirmou ser favorável à criação de cotas.