Formado por cerca de 300 cenas da cidade, enfocadas sob diferentes perspectivas que pretendem levar o espectador a uma viagem pela melancolia e pela desolação, o documentário "Londrina em três movimentos", do londrinense Rodrigo Souza Grota, estreou sábado (dia 10), no Teatro Ouro Verde.
O curta-metragem, que possui trilha sonora do compositor Arrigo Barnabé, possui o patrocínio do Programa Municipal de Incentivo à Cultura (Promic) e foi exibido dentro da programação artística do 24° Festival de Música de Londrina.
De acordo com Grota, o documentário foi feito em linguagem inovadora, centrado no lado estético das cenas e não em seu enredo. "O curta é uma investigação visual da cidade a partir do sentimento de melancolia, de uma visão bem subjetiva", disse ele, que idealizou e dirigiu o documentário.
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Os "três movimentos" a que o título do documentário se refere significam, segundo Grota, as três perspectivas pelas quais Londrina foi filmada: a primeira, enfocando a natureza da cidade; a segunda, que retrata o lado urbano do município, o concreto; e a terceira, que reporta ao imaginário do autor, com cenas mais abstratas e de sentido dúbio. Em todas as cenas do filme Grota suprimiu a figura humana, linguagem que se assemelha a documentários europeus nos quais o autor se inspirou.
Além da linguagem inovadora, o curta ainda traz trilha sonora especial feita pelo compositor londrinense Arrigo Barnabé. São três peças eruditas que, de acordo com Grota, não seguem a linearidade das músicas convencionais, que possuem introdução, desenvolvimento e finalização.
Para chegar ao resultado final de "Londrina em três movimentos", Grotta contou com os trabalhos do diretor de produção Francelino França, que, após pesquisa, selecionou um total de 300 locações que reservavam certo potencial de imagem. Escolhidas as locações, a equipe de produção registrou a cidade em cerca de 2.500 fotos, que acabaram por ajudar o diretor a conduzir as filmagens.
Os trabalhos de produção do documentário tiveram início em novembro do ano passado e durante as filmagens, Grotta procurou registrar Londrina sob a perspectiva da solidão e do vazio, inclusive com imagens aéreas. "O documentário foi feito de maneira bem intuitiva, em que dei importância ao potencial visual e estético das imagens. Não tem um fim político ou histórico, não foi esse meu objetivo. Optei por dar importância para o enquadramento", disse.
Núcleo de Informações da Prefeitura de Londrina