As reclamações do goleiro Aranha sobre injúrias racias não foram as primeiras sofridas pelo Grêmio em 2014. Antes do caso da última quinta-feira, o zagueiro Paulão, do Internacional, no dia 30 de março, já havia também acusado dois torcedores de cometerem o mesmo ato. O defensor elogiou a decisão do STJD no julgamento desta quarta, quando o Tricolor foi excluído da Copa do Brasil.
Os casos são diferentes. Paulão concedia entrevistas na beira do campo quando foi alvo dos xingamentos. Parou e começou a aplaudir ironicamente os gremistas que o xingavam com ofensas racistas. Já Aranha reclamou de um coro durante a partida, vindo de trás de uma das goleiras da Arena, no setor de ingressos mais popular. O caso de Paulão foi julgado no TJD-RS com o Tricolor sendo multado em R$ 80 mil. A situação será novamente julgada, agora no Pleno do STJD.
- Se tivesse acontecido algo no meu caso, os torcedores teriam a cabeça mais tranquila, pensariam antes de falar, e não aconteceriam o que aconteceu. Acho que não vai acontecer mais agora no Brasil. Virou exemplo para outras equipes. QUe não aconteça. E se acontecer, que seja punido desta forma - destacou o zagueiro, em entrevista coletiva em Salvador.
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Segundo o LANCE!Net apurou, o defensor deve ser chamado novamente pela polícia gaúcha para depoimento. Depois do ocorrido com o goleiro Aranha, os responsáveis pela investigação suspeitam de reincidência no caso. E querem mostrar todos os envolvidos para Paulão poder identificar se algum deles o xingou no episódio de março.
- Espero que seja dessa forma as decisões. Não só aqui no Brasil, no mundo. Sabemos que a situação de racismo é muito ultrapassada. Para mim, foi a melhor coisa que poderia fazer, como pessoa. Foi a decisão correta. Que continue desta maneira. Toda a pessoa que ter esse ato muito infeliz pague da forma que seja necessário. Aconteceu o julgamento, e se viram que a melhor forma era o Grêmio sair da competição, por mim tudo bem, ótimo. Que os culpados sejam punidos da melhor forma também - completou o colorado, que tem passagem pelo Tricolor.
Nesta quinta-feira, a torcedora Patrícia Moreira, 23 anos, esteve na 4ª Delegacia de Polícia para prestar depoimento. A gremista chegou chorando e protegida pelo irmão. Na saída, ouviu gritos de "racista" e protestos de manifestantes do Unegro, que estavam no local. Outros três suspeitos já foram ouvidos, além de algumas testemunhas. O inquérito policial só deverá ser concluído em 30 dias.