O ex-presidente do Corinthians, Andrés Sanchez, deu sua opinião sobre a invasão de torcedores do clube ao CT. Em entrevista ao SporTV, ele deixou claro que, em sua gestão, recebia membros de organizadas para ajudar nas caravanas (ônibus que levam as uniformizadas quando o time joga fora de casa). Apesar disso, negou dar ingressos para as facções, embora tenha demonstrado não ser totalmente contra isso.
- Eu sempre fiz isso quando tinha jogo importante ou final de campeonato. Por exemplo, se fosse um jogo em Porto Alegre, iria uma caravana com 50 ônibus? Eu pagava 25 dos ônibus. Foi público, não precisei esconder nada. Se eu quiser dar ingresso de graça para a torcida eu posso dar, o clube é privado. Eu dou ingresso para um monte de autoridade que pede, porque não posso dar para torcida? Quem tem que me questionar nesse caso é o conselho e os sócios do Corinthians - disse.
Quando questionado sobre as atitudes das torcidas organizadas dentro e fora dos estádios, o ex-presidente do Timão acha que o problema não é apenas do clube, mas da sociedade em geral.
Leia mais:
Quem está na comissão que complementa Filipe Luís e que pode dirigir o Flamengo
São Paulo cria guia turístico do futebol paulista
Yuri Alberto tenta ser recordista no Corinthians e no Brasileiro
Busca do São Paulo por um camisa 10 está no início
- Se lá no estádio o cara acerta um um soco no outro, que culpa eu tenho? Que culpa tem o clube? Portão fechado, punição ou multa, para que isso? O clube não pode ser punido pelo que o cidadão fez. Hoje em dia no país sai briga em todo o lugar. Tem que usar como exemplo o reflexo da sociedade. Nesse país tem ladrão, tem assassino, tem traficante. Não é só nas torcidas. Quem invadiu o CT, não foi torcida, foram vândalos, animais. E as autoridades que conhecem quem são, tem que ir lá e prender - afirmou.
Logo depois, ele se contradiz: - Eu recebo todo mundo, tem que receber, são seres humanos. Não é porque o cara invadiu lá (o centro de treinamento) que eu vou deixar de receber - disse Andrés, que ainda completou: - Acho que tem que ter uma mudança cultural, social e de educação de todos os torcedores. Mas nem todos são animais - finalizou.
Sobre a invasão
No início de fevereiro, cerca de 100 torcedores invadiram o CT Dr. Joaquim Grava, onde o elenco do Timão treinava para o Campeonato Paulista. Os torcedroes foram acusados de agredir alguns funcionários e de danificar o patrimônio do clube. Mais tarde, alguns dos invasores foram identificados e presos, mas o juiz Gilberto Azevedo Morais Costa, da 17ª Vara do Fórum Criminal da Barra Funda, rejeitou a denúncia feita pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado), braço do Ministério Público, e expediu alvará de soltura para os três invasores que já haviam sido presos.
Os torcedores Tiago Aurelio dos Santos Ferreira, Gabriel Monteiro de Campos e Tarcísio Baselli Diniz, além de Fernando Wilson de Carvalho, que tinha mandado de prisão emitido e que estava foragido foram beneficiados pela decisão do juiz.