Argentina conquistando a sua terceira Copa do Mundo logo em solo brasileiro após o Brasil já ter visto o Uruguai protagonizar o "Maracanazo" de 1950? Esse temor, que certamente norteia o pensamento de milhões de brasileiros, segue cada vez mais forte: eles estão na semifinal da Copa-2014. Na tarde deste sábado, Messi, Higuaín – que finalmente desencantou – & Cia. derrotaram a Bélgica, por 1 a 0, no Estádio Nacional, em Brasília. Goleadas? Show? Nada disso. A Argentina atual é eficaz. Eficaz o suficiente para encerrar um jejum de títulos que vem desde a Copa América de 1993.
Essa vitória teve sabor especial para os nossos hermanos: foi encerrado um jejum de 24 anos sem vaga na semifinal de uma Copa. Isso lembra algo? A Seleção Brasileira também encerrou um jejum de 24 anos para faturar o tetra, em 1994, nos Estados Unidos. Coincidência ou um sinal divino contando, ainda, com a ajuda do papa Francisco? A Bélgica, com a sua melhor geração em décadas, se despede de um Mundial novamente contra a Argentina, assim como foi em 1986. E sabe qual seleção levou aquela Copa?... a Argentina! Agora, os comandados de Sabella aguardam o vencedor do duelo entre Holanda e Costa Rica, que se enfrentarão a partir das 17h deste sábado, na Arena Fonte Nova.
EFICIÊNCIA ARGENTINA E INOPERÂNCIA BELGA
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Um primeiro tempo de uma Argentina superior e uma Bélgica com muita dificuldade para transpor a eficaz marcação idealizada por Alejandro Sabella em Brasília. Sabella que promoveu a entrada de Biglia ao invés de Gago no meio. O volante da Lazio, mais marcador que o jogador do Boca Juniors, fez com que Di María, Messi & Cia. tivessem ainda mais liberdade para envolver a defesa belga. E a Argentina ainda teve o "auxílio" rival para abrir o placar. Kompany, capitão belga, errou na saída de bola, Messi recebeu, serviu Di María e, após desvio em Vertonghen, Higuaín fez o que não ocorria há 11 meses: marcou um gol pela seleção argentina. Finalização precisa e sem chance para Courtois, aos oito minutos.
Courtois não teve como evitar... Higuaín finaliza para abrir o placar em Brasília (Foto: Juan Mabromata/AFP)A Bélgica teria uma verdadeira missão pela frente para buscar o empate: marcar um gol nesta Copa do Mundo ainda no 45 minutos iniciais. Só que os comandados de Marc Wilmots deixaram a desejar. A Bélgica marcava muito atrás, chamando a Argentina, pois tinha um claro objetivo: roubar a bola e partir em contra-ataque. Mas não houve uma chance clara de gol. Ora De Bruyne – responsável por finalização perigosa – errava quando não deveria, ora faltava o "último passe". Origi, mantido como a referência do ataque, não se criou com Garay e Demichelis.
BÉLGICA TENTA O EMPATE, MAS ARGENTINA CONFIRMA A VITÓRIA
O ritmo imposto pela Argentina caiu após a saída de Di María, aos 33 minutos do primeiro tempo, com suspeita de lesão na coxa direita. Mas na volta do intervalo, os nossos hermanos resolveram buscar o gol com mais ímpeto. A chance até veio, quando Higuaín, desmoralizando Kompany com drible entre as pernas do zagueirão, finalizou no travessão de Courtois, aos nove. Seria um golaço. O segundo do atacante do Napoli.
Era atacar ou atacar para a Bélgica com o passar do tempo. Mesmo sem a organização esperada para uma seleção tão técnica e com jogadores qualificados, Hazard & Cia. decepcionaram. Hazard então... O camisa 10 do Chelsea não conseguiu fazer a diferença. Ele, que se "poupava" para ter gás nos minutos finais dos jogos, foi até substituído por Wilmots. Mas Chadli, assim como Lukaku e Mertens, não elevaram o nível belga. Até houve aquela pressão nos minutos finais, Messi chegou a perder gol diante de Courtois – seu algoz na última temporada europeia –, mas não fez falta. A Argentina se segurou em campo e celebrou a classificação.