A investigação sobre corrupção no processo de escolha das sedes das Copas do Mundo de 2018 e 2022 vai ficar em segredo, avisou nesta sexta-feira o presidente da Fifa, Joseph Blatter, rejeitando o pedido do procurador envolvido na apuração para tornar público o seu relatório.
Blatter disse que as regras de ética da Fifa afirmam que todas essas investigações devem ser confidenciais e que nenhum membro do seu comitê executivo pediu, na reunião desta sexta-feira, para que o relatório seja publicado. Ele também criticou o promotor Michael Garcia pela emissão de um comunicado de imprensa para solicitar que a sua investigação fosse publicada, ao invés de entrar em contato com Blatter pessoalmente.
"O presidente da Fifa, ou o secretário-geral não tiveram qualquer demanda ou pedido do senhor Garcia para falar com a gente", disse Blatter em entrevista coletiva. "O único contato que tivemos foram seus comunicados de imprensa".
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Garcia divulgou um comunicado nesta quarta-feira pedindo permissão ao Comitê Executivo da Fifa para que fosse realizada a "publicação adequada" de seu trabalho. O código de ética da Fifa só permite que resumos de veredictos sejam liberados.
Em dezembro de 2010, Rússia e Catar foram escolhidos como sedes das Copas do Mundo de 2018 e 2022 em uma eleição que teve acusação de compra de votos. "A maioria dos pedidos de publicação deste relatório foram de pessoas que não estavam lá em dezembro, quando a decisão foi tomada", disse Blatter.
O relatório inicial de Garcia recomendou a adoção de medidas contra alguns eleitores, de acordo com um comunicado divulgado pela Fifa em 5 de setembro. O juiz Joackim Eckert pediu um prazo até novembro para terminar de ler o documento. Em seguida, o procurador pode solicitar a abertura formal de processos.
Os veredictos finais são esperados para abril do próximo ano. Eckert sugeriu que vai limitar as sanções aos indivíduos, e deixar para o Comitê Executivo da Fifa a decisão sobre se toma medidas contra a Rússia e o Catar.