Os clubes de futebol da França recuaram nesta quinta-feira ao decidirem adiar a paralisação que haviam marcado para o período de 29 de novembro a 2 de dezembro. Os times do Campeonato Francês não entrariam em campo na 15ª rodada em protesto contra uma polêmica proposta do governo de aumentar o imposto sobre os grandes salários do país, incluindo os dos jogadores.
Os clubes, porém, adiaram o boicote por tempo "indeterminado" após reunião da União dos Clubes de Futebol Profissionais (UCPF, na sigla em inglês) com um enviado do governo. Pela decisão, os jogos a serem disputados entre o dia 29 e 2 de dezembro serão realizados normalmente. Mas a entidade não descarta a paralisação no futuro.
O boicote foi adiado apesar de o presidente François Hollande ter rejeitado o pedido dos clubes de reduzir a taxa de imposto cobrada sobre os salários dos jogadores. O mandatário da França alegou que "a lei deve ser igual para todos".
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Pela proposta do governo, o novo imposto sobre a renda dos profissionais terá taxa de 75% sobre aqueles que ganham mais de 1 milhão de euros (aproximadamente R$ 3 milhões) por ano. A taxa já foi aprovada pelos deputados franceses, mas o parlamento avalia mudar o valor para 50% da renda anual, ao invés dos 75%.
Após a reunião, o presidente da UCPF, Jean-Pierre Louvel, se mostrou mais otimista. "Na noite passada tivemos grande avanço na discussão", disse o responsável pela negociação com o governo. Antes da reunião, Louvel argumentava que o imposto seria a "morte do futebol francês".
Pelas contas da UCPF, a nova taxa custaria 44 milhões de euros aos clubes franceses. E atingiria mais diretamente de 10 a 12 clubes. Cerca de 110 jogadores do futebol nacional ganham mais de 1 milhão de euros. "Seria um grande revés para o futebol francês", declarou.