Na madrugada desta quarta-feira, no Rio de Janeiro, morreu o ex-jogador Carlos Dionísio Brito. Ex-jogador do Flamengo, ele estava com 66 anos e era casado, com dois filhos e dois netos. O ex-atacante teve passagem marcante pela Gávea entre os anos de 1967 e 1972. Ao todo, disputou 164 partidas pelo time e fez 62 gols.
O Flamengo se pronunciou por meio de uma nota oficial no site do clube. No texto, o Rubro-Negro relembrou os fatos marcantes do jogador durante a passagem pela Gávea e ressaltou a homenagem feita, quando nesta quarta-feira a bandeira do clube foi hasteada a meio palmo na sede da Gávea.
"Houve uma época em que a categoria de juvenis eram realizadas nas preliminares dos profissionais. Mas também havia jogos nas tardes dos dias úteis. Começavam exatamente na hora em que eu saía da escola, no Humaitá, onde pegava um circular para chegar bem rápido aos estadinhos de General Severiano, Laranjeiras e Gávea. Assim, acompanhei o campeonato de 1967 inteirinho.
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Eu tinha 13 anos e era um rato do futebol. No começo, os porteiros olhavam prá mim, com o uniforme do colégio, e perguntavam com cara séria se eu estava matando aula. Depois acostumaram. O Flamengo havia montado um timaço. A linha de atacantes, logo abraçou a fama: Zequinha, Dionísio, Luís Carlos e Arílson. Dionísio marcou quase 30 gols naquele ano. E ganhou o apelido de "Bode Atômico", pela força das cabeçadas. Depois chegou no time de cima. Teve uma trajetória acidentada por contusões, mas também foi artilheiro e campeão.
Eu vivia dentro da Gávea e ele era um dos meus ídolos de garoto. Há dois meses, nos encontramos na festa de 60 anos do Rondinelli, na Tijuca. Ele brincou com meu cabelo branco. E eu dei o troco. "E você, cara, que nem cabelo tem mais?". Ontem soube de sua morte. Lembrei de tudo isso. E achei que talvez fosse interessante contar.
Mas a vida e a paixão pelo futebol continuam. Outros dionísios - e garotos como fui - virão. Descanse em paz, amigo. Mas faça um favor. Peça, lá em cima, dias melhores para o nosso clube."