A Fifa tem centenas de casos de irregularidades no mundo do futebol abertos e sob investigação nesse momento, quando a organização definiu a saída das lideranças dos órgãos voltados a investigações de casos de quebra de ética, de acordo com informações do procurador demitido na última terça-feira, Cornel Borbely.
O suíço declarou que o processo de levar dirigentes corruptos para a Justiça vai demorar mais porque os novos responsáveis pelo Comitê de Ética da Fifa terão que adquirir conhecimento para compreender a infraestrutura global da entidade.
"Investigamos várias centenas de casos e várias centenas ainda estão pendentes e em curso neste momento", disse Borbely, em Manama, no Bahrein, onde a Fifa realiza seu congresso anual. "Imagine onde a Fifa estaria hoje sem um comitê de ética".
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Borbely e o juiz alemão Hans-Joachim Eckert não foram nomeados para serem mantidos na entidade pelo Conselho da Fifa, liderado pelo presidente Gianni Infantino. Ele disse que sua "destituição era desnecessária e portanto política" e a definiu como um "retrocesso para a luta contra a corrupção".
Eckert e Borbely trabalhavam na no Comitê de Ética desde que o órgão foi remodelado em 2012 para ter mais independência, e puniu vários dirigentes durante a maior crise de corrupção da história da Fifa, incluindo o ex-presidente Joseph Blatter.
A Fifa disse que seu conselho governante propôs o juiz grego Vassilios Skouris e a advogada colombiana Maria Claudia Rojas para os cargos. As nomeações serão votadas pelo congresso da entidade nesta quinta-feira. Borbely declarou que não há "período de transição" para a nova equipe em relação aos casos em andamento.
"Eles não têm a experiência de ter começado no princípio", disse Borbely. "Você tem que desenvolver esta prática, este conhecimento. É uma questão de quanto tempo levará a nova câmara para investigar esses casos ao nível que tenha êxito".