Depois de cinco anos e meio, não poderia ser diferente. O adeus de Guiñazú ao Internacional foi regado de emoção na manhã deste sábado, no Centro de Treinamentos do Parque Gigante. O argentino se despediu dos colegas no gramado e foi dar suas últimas palavras nas dependências do clube. Garante que o coração colorado continuará pulsando no peito, mesmo durante a passagem pelo Libertad (PAR), para onde irá. Cerca de 40 torcedores estiveram no local com a banda da torcida Guarda Popular para homenagear o eterno camisa 5.
Após o contato do Libertad, Guiñazú ligou para o presidente Giovanni Luigi. Queria a liberação para voltar ao Paraguai, país onde também foi ídolo pelo clube e tinha carinho. Já havia pedido para deixar o Colorado para voltar ao Newell's, sem sucesso. Agora, Luigi atendeu ao pedido e tudo se fechou rapidamente.
- Foi tudo muito rápido. Expressei meu sentimento e o da família. Não tenho palavras de agradecimento. Todo mundo cumpriu com o compromisso. Fico orgulhoso de estar falando depois de 5 anos e meio, com a cabeça erguida, podendo sair quando eu quero. Eu como argentino que sou vou levar no sangue, serei sempre torcedor do Inter. Mas souberam entender o que o Libertad oferece para o meu futuro, longe ainda. E à minha família - explicou Guiñazú.
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Antes da entrevista coletiva, Cholo abraçou cada um dos companheiros. Uma despedida de um ídolo e líder do vestiário. Depois, ouviu as palavras do diretor de futebol Luís César Souto de Moura, também emocionado. Vestindo camiseta branca, bermuda e chinelo, o volante caminhou pelo gramado que tanto deu carrinhos e se dedicou nos treinamentos.
- O Inter me deu tudo, tudo o que eu sou nesse vida de profissional e como ser humano. Estou muito triste porque estou saindo do clube, deixei muitos amigos. Deixei um vestiário com muitas alegrias, muitos abraços. Estou aqui para dizer que minha história passou por eles. Não dá para não falar de cada um que trabalha aqui, me acolheram como nunca esperei. Vou contar para meus filhos, amigos, o que eu vivenciei aqui dentro, não vai acontecer nunca mais. E por outro lado agradecer o Rio Grande do Sul e Porto Alegre, todas as pessoas me mostraram carinho enorme. Eu e minha família estamos orgulhosos de ficar 5 anos nesse estado e cidade - disse o volante, emocionado.
Bem-humorado, o jogador lembrou agora a procura do Inter por um volante. O clube, antes mesmo de oficializada a saída do argentino, trabalhava para contratar um atleta na posição. As buscas se intensificam a partir da saída do gringo.
- Ah, o Inter vai achar outro carequinha - brincou o argentino, com seu sotaque tradicional.
A história de Cholo no Inter iniciou em 2006, quando enfrentou o clube pela Libertadores. Ali, impressionou os dirigentes. Na metade do ano seguinte, foi contratado após quase parar no Grêmio. Desde então, é ícone em entrega no elenco vermelho e sempre citado como uma liderança positiva. Foi campeão da Copa Libertadores em 2010, da Copa Sul-Americana em 2008, da Recopa de 2011 e de quatro Gauchões. Guina disputou 282 jogos pelo Inter e marcou quatro gols.
A saída do volante, que faria 35 anos em 2013, diminui o número de estrangeiros do Inter. Esse foi um dos erros cometidos em 2012 diagnosticados pela diretoria. O presidente Giovanni Luigi sempre deixou claro que a intenção era trabalhar com três jogadores, embora o técnico Dunga tivesse afirmado que queria avaliar os jogadores antes de liberá-los.