O Santos vai depender dos testes que Enderson Moreira promete começar a fazer, com mudanças táticas e troca de jogadores, para chegar ao time ideal já pensando na disputa das fases decisivas do Campeonato Paulista e na estreia na Copa do Brasil, dia 17 de março, contra o Londrina, no Paraná.
Depois de cinco jogos, a conclusão do treinador é de que o sistema defensivo estava resolvido, com a fixação da dupla de zagueiros David Braz-Werley e com Alison na proteção na entrada da área. Victor Ferraz e Cicinho, na direita, e Chiquinho e Caju, na esquerda, são laterais de bom nível. Com a lesão sofrida pelo volante titular, o problema passa a ser encontrar o jogador para a fazer a função.
Contra a Portuguesa, domingo, no Pacaembu, vai jogar o prata da casa Lucas Otávio, bicampeão da Copa São Paulo (2013/14). Em 2014, Lucas era o capitão do time e foi eleito o melhor jogador da competição. "Tanto posso ser primeiro como segundo volante. Posso não marcar como Alison, mas também foi bom marcador e saio com a bola dominada de trás. O professor me pediu para ter calma e jogar como faço nos treinos", disse.
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O desafio maior de Enderson é recuperar o padrão de criação que a equipe tinha quando Arouca ajudava Lucas Lima na articulação e a bola chegava com mais qualidade para os atacantes. O treinador pensa em encaixar Elano para armar pela direita, o que implicaria na mudança no esquema, do 4-3-3 para o 4-4-2. Se optar por manter o 4-3-3, a dúvida é quem, entre Ricardo Oliveira e Gabriel, será o atacante referência. Se o time passar a ter quatro jogadores no meio, Geuvânio e Robinho serão os atacantes.
O Santos sobra no Grupo D da fase de classificação do Campeonato Paulista, com 11 pontos, oito de vantagem sobre Bragantino e Capivariano, superou a debandada de jogadores por falta de pagamentos de salários, foi bem na estreia contra o Ituano (venceu por 3 a 0, com dois gols raros em chutes de fora de Geuvânio e Chiquinho) e no segundo tempo diante do São Paulo, mas não fez gol. De resto, tem feito para o gasto contra adversários de menor qualidade.
Se a defesa santista é elogiada em razão de o time ter sofrido apenas um gol em cinco jogos, o ataque é motivo de preocupação por ter marcado seis, sendo um de pênalti e outro contra (Fabiano Eller), ambos contra o Red Bull. Enquanto Geuvânio dá sinais que será outra vez o destaque da equipe, como no Paulista do ano passado, Robinho tem sido esforçado, e tem lampejos do atacante arisco que foi ao surgir na geração de 2002 do clube e na sua segunda passagem pela Vila Belmiro em 2010. Ele perdeu o arranque em direção ao gol, que era a sua principal característica, e a precisão nos arremates. O seu último gol foi há três meses, contra o Atlético-PR, dia 19 de novembro, na Arena da Baixada, em Curitiba, pelo Campeonato Brasileiro. Em 21 jogos, Robinho marcou nove gols e está há quatro partidas balançar as redes.
Gabriel, artilheiro do time em 2014, com 21 gols, voltou em baixa da seleção brasileira sub-20 que apenas fez figuração no Sul-Americano, deve voltar a ser titular, mas a prioridade de Enderson no momento é a recuperação do veterano Ricardo Oliveira para ficar com dois goleadores para a posição. Em cinco jogos, três iniciando como titular, Ricardo anotou apenas um gol, mesmo assim em cobrança de pênalti, o que é pouco para o substituto de Leandro Damião.