Um dos maiores ídolos da história do Palmeiras, o ex-goleiro Marcos saiu em defesa do atacante Alan Kardec, que está trocando o clube pelo arquirrival São Paulo. Para ele, o atacante não fez nada de errado, assim como a diretoria são-paulina.
"Assim é o futebol e todo mundo fez sua parte. O São Paulo viu um jogador com dificuldade de renovar, foi lá e fez oferta. Pode-se fazer isso no futebol, e todo mundo já conhece desde mil novecentos e bolinha. O Palmeiras tem política de oferecer o que pode pagar e de não deixar ao próximo presidente uma dívida. Não adianta falar que vai pagar 500 mil e depois não conseguir", afirmou o ex-goleiro.
"Claro que eu também fiquei bravo, mas é o futebol. O Kardec é um grande profissional, um bom jogador, bom de grupo, tranquilo e não pode ser taxado como mercenário por ter feito uma escolha para ganhar mais. 99% da população, se tiver trabalhando numa empresa e tiver uma proposta melhor, aceita", comparou Marcos.
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Enquanto sai em defesa da opção de Alan Kardec, Marcos reprova a troca de acusações entre os presidentes dos dois clubes, Paulo Nobre e Carlos Miguel Aidar. O palmeirense acusou o rival de antiético, enquanto o são-paulino chegou a sugerir que o Palmeiras estivesse ficando pequeno.
"Foi no calor, claro que todos os palmeirenses ficaram com raiva da saída do Kardec, mas se a Fifa autoriza os jogadores a assinarem um pré-contrato com seis meses de antecedência, o São Paulo não fez nada de errado", avaliou Marcos, ao comentar sobre a bronca de Paulo Nobre.
Mas e o presidente do São Paulo? "Ele sabe que o Palmeiras não é pequeno. O clube passou por uma má fase como viveram Corinthians e São Paulo. Falou da boca pra fora e ciente que o Palmeiras é grande. Falou besteiras num momento de calor, como eu fiz várias vezes", disse o ex-goleiro.
Marcos, sensato, quer que essa briga entre os clubes nos bastidores termine o mais rápido possível, para evitar que acabe chegando nas torcidas. "Essa guerra de São Paulo e Palmeiras, de bastidor, acontece faz tempo, é uma batalha que não vai acabar agora, não é o final da guerra. Tem de levar como coisa de futebol. Mas não pode ficar fomentando esse ódio", avisou o ex-goleiro. "Até porque, no dia do clássico, os presidentes chegam no estádio com carro blindado e seguranças, enquanto os torcedores ficam se matando nas ruas."