Com dez gols em 17 jogos pelo Palmeiras neste ano, Alan Kardec é um dos xodós da torcida alviverde. Mas os torcedores do Palestra correm o risco de perdê-lo, assim como perderam o argentino Barcos no ano passado. Emprestado ao Palmeiras pelo Benfica, de Portugal, o contrato de Kardec termina no fim de junho e a diretoria ainda não acertou sua renovação. São situações distintas, mas novamente o torcedor palmeirense convive com o temor de perder um atleta que assumiu o ataque alviverde, correspondeu e tornou-se candidato a ídolo.
A partir do início de 2012, quando o Alviverde foi campeão da Copa do Brasil, o argentino virou o grande "queridinho" do torcedor palmeirense. Mas o rebaixamento no fim do ano e mudança de diretoria no começo de 2013 mudaram a situação. Hernán Barcos teve atendido um pedido da antiga gestão e ganhou um generoso reajuste salarial, mas com 'medo' de perder visibilidade por conta de disputar a Segunda Divisão do Brasileiro e não ser mais convocado pela seleção argentina, Barcos acabou deixando o clube. Pesou também uma dívida do clube com o atleta, arcada pelo Grêmio, que ficou com o atacante em fevereiro do ano passado.
Na época, o Tricolor gaúcho também assumiu as dívidas que o Verdão tinha com a LDU (EQU). O Palmeiras ainda recebeu, em troca do atacante, uma parte em dinheiro e mais quatro jogadores: Vílson, Léo Gago, Rondinelly e Leandro (único que permanece no time até hoje). A diretoria palmeirense penou para explicar a ida do argentino para Porto Alegre e até hoje convive com críticas.
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Agora, é de novo a chance de perder o principal atacante que faz a torcida pressionar a diretoria. Kardec é hoje uma peça-chave para o time de Gilson Kleina. O pai e empresário do atacante, que também se chama Alan Kardec, já se mostrou aberto a ouvir propostas de outros clubes.
Os representantes do atleta alegam que, mesmo a contragosto, aceitaram o modelo de produtividade proposto pelo presidente Paulo Nobre e reduziram a pedida salarial. Mesmo assim o imbróglio da negociação segue e já incomoda o jogador.
- Tem que ter equilíbrio, não gosto de falar das negociações e vou manter essa postura. Tecnicamente não fui um dos melhores, mas na parte final Deus me abençoou com o gol - afirmou o camisa 14, autor do gol da vitória contra o Criciúma no último domingo.
- Se no futuro meu filho for para outro clube e alguém insinuar que ele foi mercenário, podem me procurar. Estarei aberto a dar qualquer tipo de documento. Tenho certeza que vai causar espanto à maioria - disse o pai do atleta, referindo-se à suposta baixa proposta que o Palmeiras ofereceu ao atacante.
Após penar com a saída de Barcos, sem sucesso com o ex-palmeirense Kleber, foi justamente Alan Kardec que resolveu o problema do ataque palmeirense, a partir do segundo semestre de 2013. O jogador foi o artilheiro do Palmeiras na Série B e também no Paulistão de 2014.