Dívidas contraídas em um período de sete anos pela Lusa e uma suspeita de rombo financeiro de até R$ 600 milhões no Banco Banif podem ser ligados à escalação do meia Heverton na ultima rodada do Campeonato Brasileiro do ano passado. "Os indícios de suborno são grandes", disse o promotor Roberto Senise Lisboa. Segundo ele, já há provas de transações acima de R$ 100 mil no período próximo à partida Portuguesa e Grêmio. Todavia, o promotor disse que ainda vai "preservar" os nomes dos envolvidos.
A dívida contraída pelo clube começou ainda em 2005, quando o Banco Banif deu início a uma série de empréstimos à Portuguesa. Os valores eram depositados mensalmente na conta do presidente Manuel da Lupa. Em setembro do ano passado, porém, o Conselho Deliberativo do clube proibiu essas transações. "Ainda não sabemos se a escalação tem relação com isso, mas há indícios razoáveis", afirmou o promotor.
As irregularidades identificadas pelo MP nas operações casadas (empréstimos) iniciadas há sete anos pelo Banif são alvo de investigação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado). "As investigações estão prosseguindo. Elas não pararam. A novela continua", disse Senise. Ainda segundo ele, o MP vai obter novos documentos para identificar alguma irregularidade nessas transações. Isso deve ocorrer em até 30 dias.
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No fim de janeiro, o promotor afirmou que existem provas de que funcionários do clube sabiam da punição de Heverton. Mesmo assim, o meia foi relacionado para o jogo contra o Grêmio. Essas pessoas receberam o aviso do julgamento, mas não repassaram a informação adiante.
NOVO JULGAMENTO - Além disso, o promotor terá a oportunidade de novamente argumentar pela devolução dos quatro pontos de Portuguesa e Flamengo no último Brasileirão. O recurso, que havia sido negado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) no dia 18 de fevereiro, deve ser julgado novamente na semana que vem.