O italiano Mario Ferri, de 27 anos, que ficou conhecido depois de se passar por um cadeirante para invadir o campo de jogo durante a partida entre Estados Unidos e Bélgica, na última terça-feira, na Arena Fonte Nova, em Salvador, se apresentou, na manhã desta quinta-feira, na sede da Polícia Federal na capital baiana. No local, recebeu a notificação de que deve deixar o País até o domingo - caso não o faça, será formalmente deportado pelo governo brasileiro.
Em entrevista à TV Bahia, Ferri disse que vai cumprir a determinação, mas a considerou "exagerada". De acordo com ele, a invasão foi feita para "deixar uma mensagem positiva" - na camiseta que vestia, havia o símbolo do Superman e a frase "Save favelas children" (salvem as crianças das favelas).
O italiano contou que, apesar da punição, sua atitude "valeu a pena". Por outro lado, ele disse ter se arrependido da forma escolhida para conseguir chegar mais perto do campo - entrou no estádio em uma cadeira de rodas, como se tivesse alguma deficiência física. Com o artifício, apesar de portar um ingresso comum, Ferri conseguiu ficar a poucos metros do campo, separado dele apenas por uma barreira de fios metálicos, que foi facilmente vencida.
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A forma utilizada por Ferri para enganar a segurança da partida causou reações até na alta cúpula da Fifa. Em entrevista para o canal SporTV, o secretário-geral da entidade, Jérôme Valcke, disse que ele era "uma vergonha" e que sua atitude "prejudica todos os cadeirantes". "Ele é o pior exemplo, ele agiu contra tudo o que temos feito para garantir que quem queira ir a uma Copa do Mundo possa ter acesso", disse.
Logo após a invasão, Ferri foi detido pelos seguranças que trabalhavam na partida e liberado horas depois, mediante pagamento de fiança. O italiano tem histórico de invasões de eventos esportivos em seu próprio país e na Inglaterra - foram dez casos, de acordo com ele. Ele está proibido de frequentar estádios nos dois países.
Segundo a Interpol, Ferri também já foi detido por participar de brigas em estádios, causar danos aos patrimônio público e privado e por desacato. Apesar do histórico, o italiano não constava da lista de turistas potencialmente perigosos que a Interpol passou para a Polícia Federal monitorar a entrada de torcedores estrangeiros no País.