Uma semana depois de anunciar a aposentadoria do futebol profissional, o lateral-esquerdo Léo fez duras críticas à diretoria do Santos nesta sexta-feira. O jogador recebeu a imprensa na sua casa, na Baixada, e reclamou do tratamento recebido por parte do Conselho Gestor do clube, que não quis renovar o contrato que venceu no último dia 30.
De acordo com ele, o anúncio da decisão do Conselho foi feito numa reunião a portas fechadas com cinco gestores e o presidente Odílio Rodrigues. "Contaram uma história linda, comovente, quase chorei de tão triste. A historinha para chorar, contando de outros jogadores, era para falar que o contrato não seria renovado. Não me foi dado direito de nada, foi uma decisão unânime. Parecia que estavam lidando para um menino que saiu do juvenil para o profissional. Não existiu preparo, foi uma coisa fria."
Depois de renovar contrato no fim do ano passado, Léo não conseguiu entrar em forma e quase não foi utilizado pelo técnico Oswaldo de Oliveira. Entrou só diante do Mixto, em Cuiabá, pela Copa do Brasil, participando de pouco mais de 15 minutos de partida.
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"Eu queria fazer dois jogos decentes, não terminar contra o Mixto. O estádio todo gritando o meu nome eu senti: acabou aqui. Falei para alguns jogadores no banco que senti isso. Sei que não aguento os 90 minutos. Jogador tem prazo de validade e eu tenho o meu. Mas 15, 20 minutos posso fazer. Mas não me foi dada a oportunidade de nada."
O jogador mostrou-se magoado pelo tratamento dispensado a ele, que atuou em 455 partidas e se tornou o atleta que mais títulos conquistou com a camisa santista após a "era Pelé". "Não voltei a esse clube por dinheiro e eu provei. Quero ver um Santos diferente. Eu aprendi desde quinta-feira, perdendo noite de sono, chorando, como não se deve tratar um jogador. Fui marginalizado por eles, por toda a história, por tudo o que fiz de errado, pelas polêmicas. Fiz muita besteira. Não sou santinho, não. Estou mais para lobo mau do que para qualquer outra coisa. Resumir a minha história a uma página no site ''Obrigado, Léo'' não dá."