O Barcelona revelou nesta segunda-feira que foi absolvido pelo Comitê de Controle Econômico da Liga Nacional de Futebol Profissional (LPF, na sigla em espanhol) pelas denúncias envolvendo a contratação de Neymar. No entender do órgão que organiza o Campeonato Espanhol, não houve nenhuma conduta irregular do clube catalão.
De acordo com o Barça, o comitê se reuniu na última quarta-feira e a resolução foi transmitida ao clube no dia seguinte. Só nesta segunda-feira, porém, é que o conteúdo foi revelado pelo Barcelona, que comemorou o conteúdo do documento.
"Tendo em vista os argumentos apresentados à LPF pelo Barcelona (...), se observa a ausência de conduta cometida por este clube que seja suscetível a violar a lei ou regulamentos da LFP. Portanto, não se aplica realização atuações adicionais sobre os fatos previamente anunciados", diz a resolução, segundo o clube, que reafirma sua "total predisposição em continuar informando de maneira transparente sobre qualquer dado relacionado à contratação".
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ENTENDA O CASO - Em fevereiro, a Justiça da Espanha indiciou o Barcelona pela contratação de Neymar. O juiz Pablo Ruz acatou o pedido feito por promotores, indiciou o clube e abriu investigações por causa de uma suposta fraude de 9,1 milhões de euros.
No total, a ação alerta que contratos que chegariam a 37,9 milhões de euros jamais foram apresentados às autoridades, o que implicaria em uma suposta evasão fiscal milionária. Para os fiscais da Fazenda, existe uma série de "contratos simulados" graças a uma "engenharia financeira" para burlar a receita.
Sete dos documentos citados estão assinados por Josep Maria Bartomeu, o atual presidente do Barcelona. Se o juiz condenar o clube de Neymar e Messi, o Barcelona terá de regularizar sua situação imediatamente, pagando os impostos. Mas também terá de responder criminalmente. Para o promotor José Perals, o Barcelona teria de pagar 24,7% do valor dos contratos que até agora estavam sendo mantidos em sigilo. Ou seja, 9,1 milhões de euros.
Lançado há poucos meses, o caso derrubou Sandro Rosell da presidência do Barcelona e abriu uma disputa judicial também no Brasil envolvendo o Santos e empresários ligados ao jogador. Depois de anunciar que o jogador havia custado cerca de 57 milhões de euros, o Barcelona acabou admitindo que o valor real do craque passava de 83 milhões de euros em contratos mantidos em sigilo.