Além de falar sobre a reunião com representantes da Fast Engenharia, pela liberação da obras nas arquibancadas provisórias da Arena Corinthians, Luiz Antonio Medeiros teve de explicar a polêmica declaração em relação ao palco de abertura da Copa do Mundo.
À Folha de S. Paulo, o superintendente do Ministério do Trabalho e Emprego em São Paulo, chefe dos auditores do órgão, afirmou que "Se esse estádio não fosse da Copa (do Mundo), os auditores teriam feito um auto de infração por trabalho precário e paralisado a obra. Estamos fazendo de conta que não vemos algumas coisas irregulares".
Na manhã desta terça-feira, em coletiva de imprensa na sede do MTE, Medeiros tentou se explicar: - É uma avaliação minha, pessoal, que foi dada depois de eu ter falado com os técnicos, pelos problemas que teve com problema de excesso de horas de extras, ausência de folga dos operários, teve alguns problemas.... Eu aqui, como representante do Ministério do Trabalho e Emprego, disse que devíamos nos concentrar na garantia de vida das pessoas - afirmou.
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- Se fosse outra empresa, num outro momento, eu não sei se aquela obra estaria andando. O limite do Ministério é a garantia de vida das pessoas, a necessidade de ficar pronta não poderia comprometer a vida de ninguém - completou.
Medeiros ainda falou sobre uma suposta pressão do Governo Federal para que as obras nos estádios que serão utilizados na Copa do Mundo fiquem prontos à qualquer custo. O superintendente do MTE, como não poderia ser diferente, negou:
- Evidentemente que estou informando para o Ministro (do Trabalho, Manoel Dias (PDT), estou informando para o chefe da inspeção do trabalho. O Governo Federal sabe que estamos trabalhando no limite da vida, podemos não estar olhando para outras coisas, mas não abriremos mão de nada que garanta a vida das pessoas - garantiu.
Marco Antonio Belchior, chefe de fiscalização e subordinado de Medeiros, falou sobre as inspeções que foram realizadas pelo MTE após a morte de dois operários em consequência da queda da peça da cobertura norte, no fim do ano passado. Segundo ele, ainda não houve uma conclusão nas investigações.
- A Fiscalização do Trabalho esteve presente, sete inspeções foram realizadas, já foram realizados 19 autos de infração. Na época, foi feito um termo de compromisso (da Odebrecht) depois das mortes, a empresa não poderia fazer algumas atividades, como trabalho noturno, limitação de horas extras. Independentemente de não ter acontecido uma interdição, a fiscalização está sempre presente. Temos um número reduzido de auditores e não podemos estar nos locais todos os dias - explicou.
- A Fast Engenharia foi notificada dentro desse contexto (morte do operário na arquibancada provisória sul). Caso seja necessário, haverá autuação - completou Marco Antonio.