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Palmeiras vira jogo financeiro contra Corinthians, que acumula dívidas

Carlos Petrocilo - Folhapress
07 mai 2021 às 14:18
- Cesar Greco/Ag. Palmeiras
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O Palmeiras terminou o ano de 2012 rebaixado à Série B do Brasileiro pela segunda vez, em meio a uma crise financeira, enquanto seu maior rival, o Corinthians, comemorava os títulos da Libertadores e do Mundial, além do aumento das receitas. Ao término da última década, no entanto, essa situação se modificou.

Segundo levantamento da empresa de auditoria e consultoria EY, obtido pela reportagem, o clube aumentou seu faturamento em 129% ao longo desse período (2011 a 2020). Dentro de campo, os títulos vêm em sequência desde 2015.

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O resultado positivo poderia ser ainda melhor sem as consequências da pandemia de Covid-19, principalmente pelo fato de ter empurrado para fevereiro de 2021 a conclusão da temporada de 2020. A grana com as conquistas da Libertadores, em janeiro, e da Copa do Brasil, em março, além da participação no Mundial de Clubes, serão contabilizadas somente no balanço deste ano, que será divulgado em 2022.

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O Corinthians foi quem abriu a última década com o maior faturamento do futebol brasileiro. O time alvinegro contou com o efeito publicitário e de marketing da contratação de Ronaldo Fenômeno, em 2009, e da conquista dos títulos de 2011 e 2012 para alcançar tal feito.

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O clube de Parque São Jorge foi superado em 2013 pelo São Paulo, na época ainda tido como exemplo de gestão e que reforçou suas finanças após a venda de Lucas Moura para o Paris Saint-Germain (FRA) por R$ 171 milhões (em valores atualizados).


Depois foi a vez de Flamengo (2014, 2016 e 2017), Cruzeiro (2015) e Palmeiras (2018) assumirem essa posição de destaque.
Para os especialistas, os negócios de ocasião, como negociações de atletas, não são garantias de resultados consistentes a médio e longo prazo. Nessa briga pelos indicadores, Flamengo e Palmeiras são os que mais têm crescido em cotas de TV, bilheterias e patrocínios.

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"O Corinthians fez uma construção que atingiu o auge em 2012 em performance esportiva e também financeira. O Palmeiras se reconstruiu a partir de 2013, jogando a Série B. O clube numa situação muito complexa e que teve aporte financeiro para acelerar o seu projeto", diz Pedro Daniel, diretor executivo da EY.


O aporte em questão veio de Paulo Nobre –presidente entre 2013 a 2016–, que injetou cerca de R$ 140 milhões do próprio bolso. A virada de chave começou para a equipe alviverde a partir de 2015, com a diversificação dos recursos, como o patrocínio da Crefisa e as rendas com o Allianz Parque, inaugurado em novembro de 2014.

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Até o ano anterior, o clube havia registrado a menor arrecadação entre os rivais paulistas: R$ 265 milhões (atualizados). Naquela ocasião, o São Paulo faturou R$ 544 milhões, o Corinthians R$ 474 milhões e o Santos R$ 285 milhões (em valores atualizados).


Como exemplo do grande crescimento palmeirense, basta comparar as cifras obtidas com a parte comercial (envolve patrocínios, royalties de produtos licenciados, venda de camisas e demais mercadorias em lojas) e o matchday (ganhos com bilheterias, cadeiras cativas e camarotes, alimentos e bebidas durante os jogos, além do programa de sócio-torcedor).
Somente com essas duas fontes de recursos, o time obteve R$ 72 milhões em 2014. Em 2015 foram R$ 250 milhões.

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"No ano seguinte, em 2016, o Palmeiras não só renovou contratos com a TV aberta [Globo] como fez acordo na fechada, com a Turner. Foi uma sequência de resultados que culminaram nesse crescimento muito acima dos principais concorrentes", analisa Pedro.


A verba com direitos de transmissão e premiações pagas de acordo com o desempenho da equipe nos torneios são as principais fontes de recursos do futebol brasileiro. O Corinthians reinou com folga nessa faixa até 2016, e no ano seguinte o Palmeiras tomou a dianteira.

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Ao longo da década, a situação do Corinthians ficou complicada principalmente por causa do crescimento de seu passivo, atualmente próximo de R$ 1 bilhão, aliado às oscilações negativas das receitas.


Comparado com 2011, o endividamento corintiano teve um incremento de 189%. Saltou de R$ 328 milhões para os atuais R$ 949 milhões.

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Já São Paulo viu o seu endividamento aumentar em 70% (de R$ 338 milhões para R$ 575 milhões em 2020). O Palmeiras foi de R$ 445 milhões, em 2011, para R$ 565 milhões (27%), e o Santos, de R$ 465 milhões para R$ 540 milhões (16%).


Gustavo Hazan, da área de mercado esportivo da EY e um dos autores do levantamento, chamou atenção para a correlação de endividamento líquido e receita de Santos e Corinthians, que é de R$ 3,46 e R$ 3,33, respectivamente, comprometidos para cada R$ 1,00 arrecadado.


"No Corinthians e no Santos, a velocidade do crescimento de caixa é bem menor se comparada à evolução do endividamento. É uma sinalização clara de preocupação. E o São Paulo está entrando nessa linha", alertou Pedro.


No São Paulo a correlação é de R$ 2,70, e no Palmeiras é de R$ 1,38 para cada R$ 1,00 arrecadado. "O Santos é, hoje, quem tem a menor dívida total. Porém, o que mais sofre com dificuldades na hora de gerar receitas", diz Hazan.


Em toda a década, o Santos atingiu seu ápice de faturamento (R$ 400 milhões) em 2019, graças ao registro contábil da venda do atacante Rodrygo para o Real Madrid (ESP), por R$ 172 milhões.


Na contramão de Palmeiras e Corinthians, Santos e São Paulo tiveram reduções consideráveis com receitas comerciais e o matchday. A venda de atletas e o mecanismo de solidariedade, ao longo desses dez anos, é o que ajuda a amenizar as perdas das duas equipes.

"O São Paulo é o maior vendedor de atletas do Brasil, quem mais arrecada com isso, e o Santos tem tido situações pontuais como o caso do Rodrygo. Por isso, há dificuldades de competir em termos financeiros com o Palmeiras", afirma Daniel. "O Santos tem, ainda, o agravante das receitas que não acompanharam a evolução dos principais concorrentes."


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