Preocupada com os efeitos do calor sobre a saúde dos jogadores, a Federação Nacional dos Atletas Profissionais de Futebol (Fenapaf) promete entrar na segunda-feira com uma ação judicial contra a Fifa pedindo a alteração de 24 jogos da Copa marcados para as 13 horas. Se não puderem ser adiados, o sindicato que defende os direitos dos jogadores vai pedir, como alternativa, a adoção de paradas para reidratação durante as partidas.
A ação se baseia em um estudo científico realizado no ano passado que comprovaria os malefícios das altas temperaturas sobre o organismo dos atletas - os resultados oficiais serão divulgados nesta sexta.
Entre junho e julho (mesmo período da Copa), foram realizados quatro jogos-teste com atletas profissionais em Manaus, Brasília, Fortaleza e São Paulo às 13 e 15 horas. Os atletas ingeriram uma cápsula com um sensor térmico e um aparelho media a temperatura corporal em diversos momentos do jogo. A pesquisa foi coordenada pelo fisiologista Turíbio Leite de Barros, um dos mais renomados especialistas brasileiros em Fisiologia do Exercício.
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O advogado Eduardo Novaes informa que o sindicato decidiu adotar medidas judiciais depois de notificar a Fifa inúmeras vezes sobre os dados do estudo. No final do ano passado, o presidente da Fenapaf, Rinaldo Martorelli, entregou o estudo pessoalmente ao presidente da Fifa, Joseph Blatter. Sem obter respostas satisfatórias, o sindicato decidiu entrar com a ação judicial faltando menos de 30 dias para o Mundial.
"A intenção do sindicato era resolver a questão com a Fifa amigavelmente. Em função da proximidade do início da Copa, a ação também prevê a possibilidade de hidratação dos atletas durante os jogos. Não é o ideal, é só uma alternativa", diz Novaes.