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Jogos às 13h

Sindicato de jogadores promete ir à Justiça contra Fifa

Agência Estado
04 dez 2013 às 10:25

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Pode acabar na Justiça a decisão da Fifa de manter jogos da Copa do Mundo às 13 horas. A Fenapaf (Federação Nacional dos Atletas Profissionais de Futebol), com apoio do Fifpro (sindicato mundial de jogadores), promete entrar com uma ação contra a Fifa na próxima semana - provavelmente em uma corte suíça - se a entidade não atender ao pedido de alteração dos horários das partidas.

Na semana passada, o presidente da Fenapaf, Rinaldo Martorelli, entregou ao presidente da Fifa, Joseph Blatter, um estudo feito com o acompanhamento de médicos e fisiologistas do Instituto de Fisiologia do Exercício (IFE) que comprova cientificamente os malefícios do calor para a saúde dos atletas. "Aguardaremos até semana que vem uma carta, nem que sejam só duas linhas, dizendo que não nos atenderão. Se não chegar nada até terça-feira, entraremos com uma ação para resguardar a saúde dos atletas", diz Martorelli.

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A luta da Fenapaf e do Fifpro para convencer a Fifa a mudar os horários de alguns jogos do Mundial começou em 2 de outubro de 2012, quando Martorelli enviou uma carta a Blatter expressando preocupação com a saúde dos atletas que teriam de jogar sob altas temperaturas. Dia 12 veio a resposta da Fifa, agradecendo pela preocupação e garantindo que levou em conta a saúde dos atletas ao elaborar a tabela.

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"Nós tentamos sempre que possível evitar jogos nas horas de temperatura mais alta nos lugares mais quentes e nos de temperatura mais baixa nos lugares mais frios", diz um trecho da carta, que foi obtida pelo Estado.

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Martorelli enviou uma réplica no dia 23 de outubro dizendo que não considerava o tema esgotado e propondo um trabalho conjunto com a Fifa em busca de uma solução. Diante da falta de resposta, a Fenapaf e o Fifpro entraram em contato com o fisiologista Turíbio Leite de Barros, que planejou o projeto chamado de "Jogos Simulatórios". Foram realizados quatro jogos-teste em Manaus, Brasília, Fortaleza e São Paulo entre os meses de junho e julho (mesmo período da Copa), às 13h e 15h. Os atletas ingeriram uma cápsula com um sensor térmico e um aparelho media a temperatura corporal.


Os resultados desse estudo foram enviados à Fifa e, a princípio, Blatter pareceu se sensibilizar com a proposta de mudar alguns horários. Em entrevista dada em Roma no dia 22 de novembro, ele declarou: "Temos recebido estudos e pedidos para mexer nos horários porque o calor no Brasil é mesmo um problema. O calendário dos jogos está elaborado, mas ainda não foi sancionado. Vamos discutir uma possível mudança."

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Nesta terça, Blatter mudou o discurso. E lembrou que as Copas do México, em 1970 e 1986, também foram realizadas sob intenso calor. "Quando disputamos a Copa do México, jogamos muitas partidas às 12h e ainda havia o fator altitude. Hoje em dia, os jogadores estão acostumados a jogar em condições que nem sempre são as melhores. A Copa também envolve o calendário, temos de encaixar três partidas por dia. A vida é assim, o futebol é assim. Nem todo mundo vai ficar satisfeito, mas não podemos agradar a todos."


O secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, garantiu que a decisão da entidade foi técnica. "Não determinamos os horários dos jogos na Suíça, debaixo da neve, mas sim baseados em relatórios médicos. Temos noção das condições climáticas."

INFLUÊNCIA DA TV - Presidente da Uefa, o francês Michel Platini também defendeu a realização de partidas às 13h. O francês lembrou que disputou a Copa de 1986, no México. "Para participar do sorteio, vim de Paris para Salvador e enfrentei uma diferença de 30 graus. As seleções terão tempo para se preparar, não tem problema. Outra questão é política e econômica por causa dos direitos de TV. Se muitas pessoas querem ver os jogos, você tem de colocar as partidas em um bom horário para a TV", afirma.


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