A proposta de contratação de Leandro Damião por empréstimo gratuito de um ano e com salário de R$ 250 mil por mês (os outros R$ 250 mil mensais continuariam sendo pagos pelo Santos) não deve passar de um sonho do Cruzeiro e do fundo de investimentos maltês Doyen Sports, que pretende tirar o atacante da Vila Belmiro. Em fim de mandato, o presidente santista Odílio Rodrigues Filho é impedido pelo estatuto do clube de contratar, vender ou emprestar qualquer jogador nos três meses que antecedem a eleição, marcada para acontecer neste sábado. E, entre os cinco candidatos ao cargo, apenas um, Orlando Rollo, da chapa "Pense Novo Santos", é favorável a uma negociação nesses moldes.
"O Santos já está perdendo muito com essa contratação absurda e precisa procurar alguma formar de minimizar o prejuízo. A permanência (de Leandro Damião) é ruim para o Santos e para a carreira do jogador, que está com a imagem muito desgastada", disse Orlando Rollo. "Se eu for eleito, vamos nos reunir e tentar melhorar a negociação para o Santos."
Leandro Damião foi contratado em dezembro do ano passado por aproximadamente R$ 42 milhões, com investimento da Doyen Sports. Para o Santos, que terá de pagar a conta (deu como garantia a cota de TV de 2017), com acréscimo de juros anuais em euros de 10%, o atacante era esperança não apenas de muitos gols, mas também da chegada de um jogador midiático para ocupar o vazio deixado por Neymar, com capacidade de atrair novos parceiros para o clube e empolgar o torcedor.
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Depois de um ano, o balanço é negativo em todos os sentidos. Em 43 jogos disputados, Leandro Damião marcou apenas nove gols e jamais se identificou com torcida santista. Diante disso, o candidato que tem o apoio do atual presidente, Nabil Khaznadar (Chapa "Avança, Santos"), começou em novembro a tratar da "solução" para o problema em que se transformou a mais onerosa das contratações da história do clube.
"Temos um encaminhamento para Leandro Damião e acredito que no primeiro semestre de 2015 devemos ter novidades", disse Nabil Khaznadar, após um encontro com Renato Duprat, representante da Doyen Sports no Brasil. Sobre a proposta que o Cruzeiro pretende apresentar ao novo presidente do Santos pelo atacante, ele foi enfático. "Não concordo. Não tem sentido cedermos o jogador do empréstimo para aliviar a folha do clube em apenas R$ 250 mil. Isso é nada."
Para José Carlos Peres (chapa "Santos Vivo"), o melhor que o Santos tem a fazer é não desistir de Leandro Damião. "Sou contrário pagar (metade do salário mensal de R$ 500 mil) a um jogador para que ele jogue por outro clube. Leandro Damião não deve ser emprestado. Ele já foi artilheiro em todos os lugares por onde passou e o melhor é tentar recuperá-lo para que volte à mídia e seja valorizado para que ser negociado", disse o candidato.
Fernando Silva (chapa "Mar Branco") também é contrário ao empréstimo de Leandro Damião por um ano e com o Santos arcando com metade do salário do jogador. "Não faço esse negócio de jeito nenhum. O Santos precisa amortizar parte do alto investimento feito na contratação do jogador e, em caso de transferência, não pode pagar nem parte do salário", afirmou o candidato.
Candidato à presidência pela chapa "Santos Gigante", com apoio do grupo do ex-presidente Marcelo Teixeira, Modesto Roma Júnior, preferiu não se posicionar sobre a proposta do Cruzeiro. "Tenho mantido a postura de não falar de treinador e de jogador durante a campanha, por entender que não é ético se manifestar sobre esses assuntos antes de ganhar a eleição e assumir o clube. Como candidato, apenas estou atento aos bons negócios que possam surgir no mercado. E se for eleito, aí, sim, vou me sentar com gerente, treinador e com o jogador que tiver uma proposta nas mãos para decidirmos sobre uma possível transferência", explicou.