Em debate realizado pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) nesta quinta-feira, o presidente do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), Flávio Zveiter, defendeu a perda de pontos ao clube cujo torcedor praticar ato violento. Ele já fez o pedido de alteração do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD) ao Ministério do Esporte e aguarda uma resposta da pasta.
"O clube é responsável pela atitude do seu torcedor, então tem de ter pena gravíssima para casos gravíssimos. Alguns países já adotam a perda de pontos e acho que também deve existir na legislação brasileira essa possibilidade. Depois de uma briga de torcida, o tribunal tem de aplicar uma pena compatível com a atitude do torcedor", disse Zveiter.
Em 2014, voltou a punição de jogos com portões fechados. Até o ano passado, a pena máxima aplicada aos clubes era jogar a 100 quilômetros de distância do seu estádio e o pagamento de até R$ 100 mil de multa. Na avaliação de Zveiter, no entanto, esse tipo de punição não estava mais surtindo efeito. "Por isso, já foi feita uma alteração no regulamento geral das competições e a pena de portões fechados já está sendo adotada pelo STJD para casos graves", disse.
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Por causa de uma briga generalizada entre torcedores de Vasco e Atlético-PR, na última rodada do Campeonato Brasileiro do ano passado, na Arena Joinville, o clube paranaense foi punido com a perda de 12 jogos de mando de campo, sendo seis com portões fechados - depois diminuída para nove e quatro, respectivamente -, e o carioca perdeu o mando de oito partidas, quatro sem torcida - depois diminuída para seis e três, respectivamente.
"É uma atitude ruim afastar os bons torcedores dos estádios, mas é necessário. O STJD é uma espécie de UTI do futebol, a última instância. É preciso cuidar da prevenção", afirmou Zveiter.