Após perder o seu emprego no Centro Médico Odontológico da Brigada Militar do Rio Grande do Sul, a torcedora Patrícia Moreira, flagrada chamando o goleiro Aranha de macaco na partida entre Grêmio e Santos, pelas oitavas de final da Copa do Brasil, na Arena, no dia 28 de agosto, passará a ter uma nova ocupação a partir da próxima semana. Ela vai trabalhar com a ONG (Organização Não-Governamental) Cufa (Central Única de Favelas).
De acordo com o presidente estadual da Cufa no Rio Grande do Sul, Paulo Daniel Santos, a gremista primeiro vai passar por um treinamento de educação racial, com aulas e palestras sobre o tema e depois poderá atuar no projeto "Chutando o Preconceito", que tem o jogador Tinga, do Cruzeiro, como embaixador. Em fevereiro, o volante foi vítima de injúria racial por parte dos torcedores do Real Garcilaso, durante partida pela Copa Libertadores, no Peru. Toda vez que o jogador tocava na bola, ouvia-se sons que imitavam macacos nas arquibancadas do Estádio Huancayo.
A torcedora admitiu que chamou Aranha de macaco e deve ser indiciada por injúria racial qualificada. A pena para esse tipo de crime varia de um a três anos de prisão. Em entrevista ao jornal Zero Hora, publicada na terça-feira, ela disse que pretende se transformar em um símbolo nacional da luta contra o racismo.
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"Eu quero, não só dentro da Arena, mas em outros estádios, na vida social, ser um símbolo contra o racismo. Pretendo mudar essa imagem. Ser um exemplo que englobe todos os times, torcidas", disse.
Nesta quinta feira, às 20h30, o Grêmio recebe o Santos na Arena, pela 22.ª rodada do Campeonato Brasileiro. Será o retorno de Aranha ao estádio desde o dia em que foi chamado de "macaco" e "preto fedido" por um grupo de gremistas. Por causa do comportamento da sua torcida, o Grêmio foi excluído da Copa do Brasil pelo STJD.